MANAUS, AM – A estudante de enfermagem Danielle Crispim, de 43 anos, é uma daquelas sobreviventes da Covid que pode se orgulhar de ter uma história de superação para contar. Ela passou 101 dias internada, entrou em coma, ficou 45 dias desacordada, teve alucinações, e hoje ajuda a imunizar as pessoas que tomam vacina em Manaus.
Danielle ficou doente no começo de janeiro, quando Manaus assistia hospitais lotados, falta de oxigênio e centenas de mortes todos os dias. Foi para o Rio de Janeiro em busca de tratamento, foi parar na UTI, teve 90% do pulmão comprometido, quase morreu.
Entrou em coma, mas com força e tratamento venceu. Ela permaneceu 60 dias no Complexo Hospitalar de Niterói e mais 41 dias na Clínica de Reabilitação Placi Cuidados Extensivos.
Do dia 17 de janeiro ao dia 5 de maior a batalha foi longa, mas valeu. “Estava vivendo em um mundo paralelo lutando contra a doença.”
Danielle delirava no leito. “Eu estou morrendo. Então porque ainda não morri. Porque é tão difícil morrer?” Enquanto os pensamentos tomavam conta, o corpo lutava. “Tenho uma cicatriz no corpo da traqueostomia, na qual considero uma cicatriz de guerra. (…). Agora eu estou aqui viva.”
Recuperada, hoje ela é uma das pessoas que recebem as pessoas, aplicam a vacina e ajudam milhares a não passar pelo que ela passou.