São Paulo – Não, as aulas de biologia não te enganaram. Só os mamíferos alimentam suas crias comleite produzido no próprio corpo. Mas uma espécie de barata específica, a Diploptera punctata, adotou uma tática parecida à nossa e abandonou os ovos – o meio de reprodução padrão dos insetos – para adotar uma espécie de útero, um órgão especial no interior do corpo em que os filhotes crescem alimentados por uma substância análoga ao leite.
A barata, sábia, não adotou os polêmicos mamilos, e não alimenta suas crias após o “parto”. Por isso, a ordenha é impossível. Para extrair e analisar a substância, os pesquisadores fizeram pequenos cortes na barriga dos filhotes, onde o líquido, após consumo, se transforma em pequenos cristais.
O resultado das análises indicou uma concentração notável de lipídeos, proteínas e açúcares, uma composição que, ao que tudo indica, deixaria um pote de whey protein com inveja – são quatro vezes mais nutrientes que o leite de vaca.
Um pequeno salto para a ciência, um grande passo para a academia do bairro.
Leonard Chavas, um dos cientistas que estão por trás da descoberta, perdeu uma aposta com os demais pesquisadores e precisou tomar um gole da substância. “Tem um gosto que não se parece com nada em especial”, afirmou à rede americana CNN.
A pesquisa foi resultado de uma colaboração entre membros do Instituto para Biologia de Células-Tronco e Medicina Regenerativa em Bangalore, na Índia, com especialistas de outras instituições.
* Com supervisão de Nathan Fernandes via Galileu.