Rio – Policiais da Divisão de Homicídios (DH) da capital prenderam Gutemberg Rodrigues Minas, de 19 anos, suspeito de ter assassinado a adolescente Ana Beatriz Andrade, de 14 anos, no último sábado no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio.
Segundo o delegado Fábio Cardoso, titular da DH, Gutemberg confessou o crime e disse ter estuprado a jovem. A Justiça concedeu a prisão temporária do criminoso na madrugada desta terça-feira. Ele foi indiciado por estupro e homicídio triplamente qualificado (pela asfixia, para garantir a impunidade do estupro e pelo feminicídio).
Ele informou aos policiais onde teria escondido a chave da casa e o tablet da adolescente. O suspeito foi levado para a Delegacia de Homicídios. Segundo a polícia, no próprio sábado, durante a realização da perícia, os agentes da DH já teriam identificado que o suspeito era uma pessoa que conhecia os hábitos da família.
Ele invadiu essa casa, estuprou e matou Ana Beatriz. Então, a DH, em parceria com a delegacia do bairro, a 20ª DP, com policiais da UPP e moradores da comunidade, conseguiu identificar, nesta segunda-feira, esse Gutemberg como sendo o autor.
Ele foi ouvido, já confessou, deu detalhes de como praticou esses dois crimes, o estupro e o homicídio – afirmou o delegado Fábio Cardoso. Ainda de acordo com o delegado, a beleza da menina que teria chamado a atenção do suspeito.
O corpo de Ana Beatriz foi sepultada na manhã terça-feira, no Cemitério do Catumbi. A adolescente era filha única da diarista Soraya Silva Oliveira e cursava o 8º ano do Ensino Fundamental. Cerca de 30 pessoas, entre parentes e amigos, acompanharam a cerimônia de despedida da jovem.
O clima de revolta pela barbaridade do crime foi marcante. Uma amiga da família, a cabeleireira Gleice Santos, gritava que o autor do crime assediava outras meninas da comunidade e que todos sabiam e não faziam nada.
Soraya afirmou que não costumava deixar a filha sozinha em casa. Sempre que ia para o trabalho fazia questão de levá-la.
— Eu cheguei em casa e estava tudo trancado. Achei estranho. Subi pela janela e vi minha filha amarrada na cama. Chamei vizinhos que me ajudaram a derrubar a porta. Ela estava com as mãos e os pés amarrados e amordaçada. Nunca deixo a minha filha sozinha. Quando deixei, aconteceu isso — disse Soraya. — Eu fiquei aliviada de terem prendido o homem que matou minha filha. Todo mundo estava suspeitando do meu marido.
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