Fortaleza – Polícia prendeu, em três dias, pai e enteado, suspeitos de abusar sexualmente de uma adolescente de 13 anos, filha e irmã, respectivamente, deles. A jovem era abusada desde os oito anos de idade pelo pai, sob grave ameaça, relata o delegado Francisco Cavalcante, titular da Delegacia Metropolitana de Guaiúba, cidade da Grande Fortaleza onde moravam.
A jovem está grávida, resultado dos abusos sexuais praticados pelo irmão, que tem 19 anos, segundo o Conselho Tutelar de Guaiúba. Ele a abusava desde julho deste ano, apontam as investigações. A última vez, na madrugada desta terça-feira (3), de acordo com Francisco Cavalcante. A Polícia, então, passou a fazer buscas pelo suspeito, prendendo-o, ainda em flagrante, nesta manhã. Ele tentava fugir da cidade em uma topique.
O pai da jovem havia sido preso, preventivamente, pela Polícia Militar, no último sábado (30), a partir de um mandado de prisão expedido em 31 de maio último, pela juíza Ana Izabel de Andrade Lima, da Vara Única da Comarca de Guaiúba. Desde então, ele, que tem 32 anos, estava foragido. A denúncia chegou, anonimamente, ao Conselho Tutelar, que encaminhou o caso à Polícia Civil.
A menina e a família haviam precisado abandonar a casa por causa das ameaças do homem, informa a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Ele, inclusive, relata a pasta, tentou contra a vida do enteado, de quem tinha “ciúmes”, conta Cavalcante.
Até esse fim de semana, o Conselho Tutelar não tinha conhecimento dos abusos sexuais praticados pelo irmão da vítima. Ela havia passado a morar, junto a familiares, em uma casa custeada pela Prefeitura. A transferência escolar também foi providenciada. Além do Conselho Tutelar, a garota passou a receber acompanhamentos do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e de psicólogos.
O irmão não morava com ela, visitando-a apenas esporadicamente, conta o conselheiro tutelar Gláucio Prudêncio. Diferente do pai, ele não a ameaçava ou agredia fisicamente. Conforme Cavalcante, foi a gravidez que permitiu a descoberta do segundo abuso. Na escola, ela começou a passar mal, apresentando sintomas típicos de gravidez. A direção acionou o Conselho Tutelar, que descobriu o abuso e repassou, novamente, as informações à Polícia Civil.
“À medida do possível, ela está bem, pelo menos, aparentemente. Está bastante aliviada pela prisão do pai, de quem ela tinha muito medo”, relata Gláucio Prudêncio. Padrasto e enteado devem ser indiciados pelo crime de estupro de vulnerável, cuja pena pode chegar a 15 anos de prisão. O pai ainda deve responder pelas ameaças e espancamentos que praticava.