MINAS GERAIS | Um adolescente indígena, de 12 anos, morreu nessa segunda-feira (4) com suspeita de raiva humana. O caso foi registrado na UPA de Teófilo Otoni (MG).
De acordo com o médico emergencista, Rodrigo Lobo Silva, o menino deu entrada no domingo (3) com relatos de que havia sido mordido por um morcego há cerca de 10 dias. Ele foi para a unidade em uma ambulância de Machacalis (MG).
“Ele chegou aqui [UPA] bem confuso e um pouquinho agressivo quando chegava perto dele. Ele estava com um histórico de vômitos, dores generalizadas, febre e dificuldade para andar. Então, com o relato de ter sido mordido por morcego e com esses sintomas, com provável lesão cerebral, suspeitou-se de raiva humana”, disse.
Ainda segundo o médico, não se sabe exatamente como ele foi mordido pelo animal. A equipe da UPA também não conseguiu identificar de qual tribo o adolescente pertencia.
Para confirmar, ou não, a doença, foram coletados alguns materiais e enviados a Belo Horizonte, onde serão examinados.
“Infelizmente, os casos de raiva humana são 100% fatais. A gente não tem histórico de cura da raiva. Alguns materiais foram coletados para exames mais específicos. Fizemos coleta de líquor, uma biópsia de folículo piloso e as sorologias específicas”, explicou.
Além disso, seguindo a recomendação do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, foram feitas coletas de material para fazer diagnóstico diferencial de febres hemorrágicas.
“Como o paciente vive em aldeias, a gente não pode descartar dengue, febre do carrapato, febre amarela. Porém, tudo indica que seja a raiva humana”, afirmou.
Segundo a UPA, por ser uma doença contagiosa, toda a equipe médica que teve contato com o adolescente será imunizada com a vacina antirrábica e o sepultamento segue regras específicas.