Belo Horizonte – Tenho medo, eu não posso mais andar sozinha, não posso ir ao mercado sozinha, porque tenho medo”. Essa fala é parte do relato da advogada Ana Cristina Rossi, de 26 anos, que foi agredida, juntamente com seu amigo, por seu ex-namorado, na saída de uma festa em Florianópolis (SC). O depoimento, do caso que ocorreu no último dia 30, viralizou nas redes sociais. O ex, Hyuri Sérgio Duarte, 22 anos, nega que a situação tenha acontecido conforme o relato divulgado. As informações são do BHAZ.
A advogada mora e também trabalha em São Paulo (SP). Ela foi até a capital de Santa Catarina para visitar os pais e amigos. “Meu ex-namorado me fazia mal, me deixou doente. Durante o relacionamento me privava de ter amigos, de ter contato com as pessoas que eu cresci junto, por puro ciúmes, sentimento de posse, tinha minhas senhas de todas as redes sociais, pois me obrigava a dar ou se não terminaria comigo!”.
A vítima explica que no final da festa em que foi com amigos, o ex-namorado seguiu a advogada e um dos conhecidos com quem ela estava. “Ele foi na nossa direção, deu APENAS um soco, com tanta força, tanto ódio, tanta maldade… que quebrou meu nariz, e cortou, tomei três pontos. Mas nem havia percebido, o que me marcou e, acho que nunca vou esquecer, foi a cena em câmera lenta de meu amigo indo para trás, voando e caindo no chão, de três metros de altura. Levou seis pontos na boca e teve duas vértebras da coluna lombar quebradas”.
No relato, a advogada expõe dezenas de mensagens enviadas pelo agressor e explica que antes da agressão física, já existia a psicológica. “Durante nossa viagem no ano passado quebrou a porta do hotel com um chute para me obrigar a desbloquear meu celular pra que ele olhasse tudo, não havia nada! Nunca traí ele, nunca fui desonesta, só queria ter paz e por essa razão é que rompemos”.
Crime registrado e agressor suspenso do trabalho
O crime foi registrado na Delegacia de Proteção a Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) algumas horas após as agressões. A vítima conseguiu uma medida protetiva de urgência, deferida um dia depois. A advogada também fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
Procurado pelo G1, o suspeito disse que está tomando as providências legais para esclarecer o caso. Ele também informou que o caso não foi da maneira que a vítima descreveu e que a agressão “não foi intencional”.
A empresa na qual o agressor trabalha informou, por meio de nota, que ele foi afastado até o fim das investigações. “A empresa SRS SURFBOARDS, que retoma suas atividades neste dia 07/01/2019, depois de período de férias coletivas iniciadas em 20/12/2018, informa que tomou conhecimento do ocorrido com o seu funcionário durante suas férias em uma festa. No momento, até que seja encerrado o inquérito, o funcionário encontra-se afastado de suas atividades na empresa”, diz, em trecho do posicionamento (leia a nota na íntegra abaixo).
Leia o posicionamento da empresa na íntegra:
“A empresa SRS SURFBOARDS, que retoma suas atividades neste dia 07/01/2019, depois de período de férias coletivas iniciadas em 20/12/2018, informa que tomou conhecimento do ocorrido com o seu funcionário durante suas férias em uma festa. No momento, até que seja encerrado o inquérito, o funcionário encontra-se afastado de suas atividades na empresa. Informamos que as medidas necessárias serão tomadas no menor espaço de tempo possível. Ressaltamos que a empresa SRS SURFBOARDS não compactua com nenhum tipo de violência, seja física, verbal ou psicológica, e se solidariza desde já com a vítima dos fatos que estão sendo devidamente apurados pela autoridade policial”.