BRASÍLIA | Um advogado que mora e atua em Brasília mordeu a filha, de 6 anos, quando estava em um passeio com a criança, no último sábado (23).
As informações são do Metrópoles.
A mordida deixou um hematoma no peito da menina, logo abaixo do ombro direito. Em áudio, ela revela com detalhes como a agressão a deixou física e psicologicamente abalada.
“Ele me levantou do jeito que eu não queria. Eu fiquei com medo de altura… Aí, eu gritei de medo de altura e, depois, ele me mordeu”, narra a pequena, em conversa gravada pela mãe e obtida pela reportagem.
Os pais da criança foram casados por três anos, se divorciaram e hoje têm guarda compartilhada. A filha fica com o pai às quartas-feiras e, aos fins de semana, alterna entre a casa dos dois.
No diálogo, a mãe pergunta se o pai mordeu a filha “brincando”. A menina responde que a mordida foi com “raiva”. “Aí, depois, eu comecei a chorar e ele me deu bronca: ‘Faz as malas para você ir para a casa da sua mãe, eu não te aguento mais’”, afirma.
“Depois, ele me arrumou, me segurou e disse: ‘Nossa, que mordida grande’. Me trocou de roupa, colocou um casaco e a gente foi para o circo. No final do circo, ele já tava [sic] de bem comigo, só que eu ainda estava um pouquinho triste.”
A pequena continuou o relato dizendo que, naquela noite, se agarrou ao retrato da família e rezou para Deus, pedindo para não ter uma vida “tão difícil”.
“Antes de dormir, coloquei o pijama e aí eu peguei a foto de nós três. Você tava numa prancha, meu pai tava me segurando e eu agarrei ela assim e dormi… Papai do céu, eu queria que minha vida não fosse tão difícil. Eu queria morar só com a mamãe. Eu comecei a chorar um pouquinho, depois eu peguei no sono e no outro dia foi tudo melhor”, conta.
VERSÃO DO ADVOGADO
Tanto a mãe quanto o pai da menina registraram ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) esta semana. O advogado se adiantou e procurou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher I (Deam I) para declarar que a lesão causada na filha foi acidental.
O homem alegou à polícia que estava em um restaurante no qual havia comemorações de Carnaval e “todos estavam se divertindo”. Ele narrou que pegou a filha, a jogou para cima, mas ela se assustou e, “por ato involuntário, acabou mordendo-a acidentalmente na região abaixo do ombro”.
O advogado afirmou, no depoimento, que quis se adiantar e registrar a ocorrência porque já tem desavenças judiciais com a mulher e ela poderia ser mais uma situação “usada contra ele”.