MANAUS/AM – Apesar de não ter nenhum caso confirmado de Covid-19, o novo coronavírus, no Estado, as autoridades de saúde do Amazonas atualizaram o Plano Estadual de Contingência para o enfrentamento da doença, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciar que há uma pandemia por coronavírus no mundo.
O novo cenário epidemiológico da doença e o que muda a partir da declaração da OMS foi apresentado aos membros do Comitê Interinstitucional Ampliado de Gestão de Emergência em Saúde Pública para Resposta Rápida aos Vírus Respiratório – Covid-19, em reunião, na tarde desta quinta-feira (12/03), na sede da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), em Manaus.
A diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, informou que a adequação dos planos foi uma necessidade imposta a todos os estados a partir do novo cenário. No Amazonas, explicou Rosemary, foram reforçadas as medidas de planejamento e estruturação nas áreas de vigilância e assistência. O plano atualizado será disponibilizado no site da fundação (fvs.am.gov.br).
“O novo cenário exige que todos os estados revisem seus planos de contingência, e nós fizemos isso. Encaminhamos a nossa adequação para o Ministério da Saúde, levando em conta principalmente a necessidade de estruturarmos a rede assistencial, com leitos adequados, recursos humanos, insumos, medicamentos, e também readequamos as ações de vigilância para um nível estratégico de possível entrada do vírus no Estado”, declarou Rosemary.
Níveis de alerta – Rosemary disse que o plano de contingência é atualizado de acordo com os níveis de respostas exigidos. Estados dos Brasil que já têm casos confirmados da doença, por exemplo, estão no nível 3. Já o Amazonas, está no nível 2, que são as regiões onde há notificação de casos suspeitos, mas sem confirmação. No geral, o país está no nível 3.
A secretária Executiva Adjunta de Atenção Especializada da Capital (SEA), da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Dayana Mejia de Sousa, informou que a linha de cuidado do plano segue definida e que, na atualização do plano, ela foi ampliada, podendo ser revista a cada semana, considerando os dados epidemiológicos divulgados pelo Ministério da Saúde.
“Nós ainda não temos nenhum caso confirmado de coronavírus. Ainda assim, estamos seguindo todo o protocolo instituído pelo Ministério da Saúde, e dentro da nossa classificação de nível 2 de alerta, nós estamos trabalho a ampliação dos leitos das UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) de média e alta complexidade, considerando a referência da rede onde vamos designar para o atendimento específico de coronavírus”, declarou Dayana Mejia.
O secretário municipal de Saúde de Manaus (Semsa-Manaus), Marcelo Magaldi, informou que toda a rede básica da capital está mobilizada e sendo adequada ao plano de contingência, e que o município está definindo algumas unidades padrão para o acolhimento de pacientes, principalmente as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de horário de atendimento ampliado.
“Em relação ao atendimento nas unidades de saúde, tanto de Síndromes Respiratórias Agudas, quanto a um possível caso de coronavírus, nós definimos aquelas unidades básicas que serão padrão. As dez que estão em todas as zonas de Manaus, que funcionam até 21 horas, servirão como unidade padrão. A nossa equipe técnica está fazendo vistoria em todas as unidades para proceder toda a adequação nessas unidades, sala de isolamento, enfim, todo o procedimento determinado pelo Ministério da Saúde”.
Durante a reunião, a subsecretária de Gestão de Saúde da Semsa Manaus, Adriana Elias, informou ainda que há mais de 2 mil profissionais médicos do município atualizados no manejo clínico para Influenza.
Atualização epidemiológica do Covid-19 no Amazonas – A FVS-AM recebeu nesta quinta-feira (12/03) o primeiro resultado de exame realizado pelo o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-FVS) de um caso suspeito de Covid-19. O resultado foi negativo.
O Amazonas tem até o momento 12 casos notificados como suspeitos de Covid-19, sendo 8 descartados e 4 em investigação. Dos casos suspeitos, 3 são em Manaus e 1 em Parintins. Todos os pacientes apresentaram sintomas gripais com histórico de viagem recente. Após atendimento, eles foram liberados, com a recomendação de isolamento social até o resultado dos exames.
Nova campanha de orientação à população – O Governo do Amazonas preparou uma nova campanha publicitária de prevenção às síndromes respiratórias agudas graves, entre elas o novo coronavírus. O material informativo está sendo veiculado nos meios de comunicação do Estado desde a semana passada.
A transmissão do vírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A campanha reforça as medidas de prevenção, como a lavagem das mãos com água e sabão, uso de álcool em gel, uso de lenço descartável, evitar locais aglomerados, além de alertar a população para em casos de sinais e sintomas graves da doença procurar uma unidade de urgência estadual.
Atualização de SRAG – A FVS-AM divulgou, também nesta quinta-feira (05/03), a 10ª edição do Boletim Epidemiológico da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Estado do Amazonas, que corresponde à análise de notificação de novembro de 2019 até o dia 12 de março de 2020.
Segundo o boletim, foram notificados, até o momento, 286 casos de SRAG, sendo 256 apenas na capital amazonense. Destes, foram confirmados 55 casos por vírus respiratórios, sendo identificados 22 casos provocados por Adenovírus, 15 casos de Influenza B, dez para Vírus Sincicial Respiratório (VSR), quatro por Influenza A (H1N1), dois para Metapneumovírus e dois por Parainfluenza 1.
Nessa mesma edição, a FVS informa que no total foram registrados, a partir de novembro, 35 óbitos por SRAG. E pela quarta semana consecutiva permanecem nove óbitos por vírus respiratórios e 26 por outras síndromes respiratórias não virais. Os nove óbitos por vírus respiratórios foram de pessoas residentes em Manaus: 4 Adenovírus, 3 por Influenza B, 1 Vírus Sincicial Respiratório (VRS) e 1 Metapenumovírus.