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Amigos de petista se indignam com inquérito: ‘Como assim não houve motivação política?’

Amigos se indignaram. Foto: Reprodução/Internet

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FOZ DO IGUAÇU (PR) – Após conclusão do inquérito da polícia sobre o assassinato de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do PT, descartar que ele foi assassinado a tiros por motivação política, amigos da vítima se indignaram. O agente penal e militante bolsonarista Jorge Arruda Guaranho foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e perigo comum.

Em entrevista para a Fórum, André Alliana e Luiz Henrique Dias, amigos do petista, e que estavam na festa onde ocorreu o trágico crime, questionam e estranham a exclusão da motivação política do inquérito da polícia. 

 “Eu não concordo. Para mim, infelizmente está muito claro: ele vai lá para acabar com uma festa porque ele não gosta do motivo da decoração. Ele discute, ofende as pessoas com palavras relacionadas a ofensas políticas e gritando palavras políticas do lado dele [pró-Bolsonaro]. Então, para mim é muito óbvio isso [a motivação política do crime]”, diz André Alliana.  
 

Segundo André, foi justamente a discussão política que levou Jorge Guaranho a voltar ao local da festa e cometer o crime. “E isso [a motivação política] acabou escalonando para ele ser expulso da festa pelo Marcelo porque ele não era convidado. Depois ele volta para fazer o que fez. O que provocou, o que iniciou o processo? Iniciou o fato de ele ir lá querer acabar com a festa por causa da decoração [alusiva ao ex-presidente Lula e ao PT] e iniciou porque ele chegou lá ofendendo, por causa da política, as pessoas da festa”, diz André Alliana. 

Segundo conclusão da delegada Camilla Cecconello, o bolsonarista não sabia da existência da festa e estava em um churrasco. No entanto, um colega que tinha as imagens da festa, de forma remota, o mostrou.

Eles eram associados do local e Jorge Guaranho resolveu depois ir à festa, alcoolizado, mesmo sem conhecer ninguém e sem ser convidado. Segundo a delegada, o bolsonarista colocou para tocar uma música de Bolsonaro e ficou em frente ao local. No entanto, não foi possível qualificar o crime de ódio por causa de política.

“O crime de ódio é impedir ou dificultar uma pessoa de exercer seus direitos políticos. Então é difícil dizer que o autor queria impedir o outro de exercer o direito político. Ele queria provocar e a discussão provocada foi o que causou tudo isso, em função das divergências políticas”, explicou a delegada.

Para a delegada, Jorge Guaranho, em um surto de raiva, queria “acertar as contas com Marcelo Arruda”, pois, de acordo com o relato de testemunhas, quando o agente penal retorna ao local ele diz à esposa de Arruda que a questão dele era com o guarda municipal e não com as outras pessoas presentes na festa. 

O homem teria ainda se sentido “humilhado” porque a vítima havia jogado pedras no carro dele.

O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público (MP). Além de amigos e família, parlamentares de oposição também se manifestaram contra o que foi concluído pela Polícia Civil.

Colaboração para o Expresso AM, em Manaus:

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