BRASÍLIA | A Polícia Federal realizou buscas e apreensões nesta quinta-feira (27) para apurar supostas produções e disseminações de informações falsas e ameaças à Corte — conhecido como “inquérito das fake news“.
As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e tem como alvo 29 pessoas suspeitas de envolvimento. Entre os alvos estão alguns deputados federais do PSL; o ex-deputado federal Roberto Jefferson; o empresário Luciano Hang, dono da Havan; os blogueiros Allan dos Santos, Winston Lima e Sara Winter. Eles são manifestantes de direita e aliados assumidos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
As investigações já conseguiram identificar, até agora, 12 perfis em redes sociais que atuam na disseminação de informações, de forma padronizada, ou seja, os suspeitos encaminham o mesmo tipo de mensagem, da mesma forma, na mesma periodicidade, para se ter um alcance maior.
O que dizem os suspeitos
Pelo Twitter, Luciano Hang, mais conhecido como “Véio da Havan”, declarou que a PF apareceu em sua casa solicitando aparelhos celulares e computadores para que pudessem ser analisado e negou qualquer envolvimento em esquema de fake news.
“Hoje, às 6h da manhã, recebi a visita da Polícia Federal em minha casa, em Brusque (SC), requerendo meu celular e computador para análise. Querem saber se produzi ou patrocinei Fake News contra membros do Supremo Tribunal Federal ou contra a instituição. Jamais fiz isso”, escreveu o empresário.
A ativista Sara Winter confirmou no Twitter que os agentes da PF estiveram em sua casa no começo da manhã. Ela chamou o ministro Moares de covarde e disse que ele não a calaria.
“A Polícia Federal acaba de sair da minha casa. Bateram aqui às 6h da manhã a mando do Alexandre de Moraes. Levaram meu celular e notebook. Estou praticamente incomunicável! Moraes, seu covarde, você não vai me calar!!”, protestou a blogueira.
O ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, informou que os agentes da PF foram educados, muito gentis e disseram que estavam atrás de um fuzil não cadastrado, o mesmo que Jefferson teria publicado em uma foto nas redes sociais. No entanto, Jefferson declara que nada foi apreendido em sua casa e de sua ex-mulher e que armas que ele possui são todas públicas.