SÃO PAULO – Depois de o dólar comercial abrir o pregão a 5,01 reais, com alta de 6,24%, a artilharia pesada do Banco Central fez efeito e a valorização da moeda americana arrefeceu. Às 9h56, era cotada a 4,936 reais, com alta de 4,563%.
A autoridade monetária fez um leilão à vista de até 2,5 bilhões de dólares, 1 bilhão de dólares a mais que previamente informado.
Para Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital, a atuação do Banco Central não irá ajudar efetivamente a conter a alta da moeda. “Não está nem servindo para ajustar liquidez. O BC só está mostrando para mercado que está atento ao cenário, mas não tem nada a mais que ele possa fazer.”
A depreciação cambial acontece em meio ao cenário de incertezas causado pela pandemia de coronavírus, quadro que se agravou depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, proibiu viagens da Europa para os Estados Unidos, agravando as preocupações sobre o impacto econômico.
“O real é a moeda que mais cai entre os emergentes frente ao dólar, pois é um dos mais líquidos. Mas não é só isso. Há um componente doméstico, que é a falta de um plano de ação coordenado nas áreas política, econômica e de saúde pública para conter a aversão”, afirma Cristiane Quartaroli, estrategista de câmbio do Banco Ourinvest.
Na última sessão, a moeda norte-americana fechou em alta de 1,61%, a 4,7207 reais na venda, segunda mais alta cotação de fechamento da história.