MANAUS – AM | Após ter o plano de tomar o Governo do Estado frustrado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), o presidente da Assembleia Legislativa (ALE-AM), deputado Josué Neto (PRTB) agora manipula a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde para desgastar o Governo a qualquer custo.
O desespero de Josué reside no tempo, nos poucos meses que lhe restam como presidente da Casa legislativa. Como tal, usa e abusa do Regimento Interno da Assembleia para pautar as ações do parlamento conforme os próprios interesses.
Já na prorrogação da sessão virtual da ALE-AM desta quinta-feira 14 de maio, como diria a gíria futebolística, Josué formou a comissão da CPI em tempo recorde. Foi logo após o deputado Fausto Júnior, recém ingresso no PRTB, partido de Josué, assinar o pedido para criação da CPI. Era o oitavo voto que faltava.
AUTORITARISMO
A deputado Alessandra Campelo denunciou que mais uma vez o presidente da Assembleia atropelou o Regimento Interno da Casa. ‘’A indicação dos membros de uma comissão é feita pelo Presidente, mas a partir da escolha dos partidos políticos’’, destaca a deputada, ao citar o Regimento.
Segundo Alessandra, não cumprir com o que diz o Regimento é conduzir o parlamento com autoritarismo, como em uma ditadura quando o governante age conforme os próprios interesses. Ela acrescenta que não restará outro caminho senão recorrer ao Judiciário, para que as regras sejam respeitadas.
Ao final, a comissão da CPI, conforme conduziu o presidente da Assembleia, ficou assim definida: Delegado Péricles (presidente), Fausto Júnior (relator), Saulo Vianna (integrante), Felipe Souza (integrante), Wilker Barreto (integrante), Joana Darc (suplente), Carlinhos Bessa (suplente) e Serafim Corrêa (suplente).
DESEMBARGADOR FREIA ABERRAÇÃO
Nesta quarta-feira 13 de maio, o desembargador Wellington Araújo, vice-presidente do TJAM, suspendeu o processo de impeachment que tramita na Assembleia, por total afronta à legislação vigente.
Josué aceitou pedido de impeachment duplo do governador e do vice, Wilson Lima e Carlos Almeida, algo inédito na história das democracias no mundo. Caso a aberração jurídica prosseguisse, o próprio Josué Neto se tornava governador, sem nunca ter tido um voto na vida para o cargo.