URUCURITUBA (AM) – Diferente do que ocorreu quando não cancelou o show de Bruno & Marrone na Festa do Cacau, em Urucurituba, mesmo após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a prefeitura do município informou, neste sábado (18), que o show do grupo Sorriso Maroto foi cancelado. O grupo recebeu R$ 200 mil de cachê, enquanto para a dupla foi desembolsado R$ 500 mil.
“A Prefeitura vem informar ao público em geral que, em cumprimento da decisão do Exmo. Senhor Ministro-Presidente do Superior Tribunal de Justiça-STJ, Dr. Humberto Martins, a contratação e a realização do show do grupo de pagode Sorriso Maroto na data de hoje está cancelado. O ente público municipal destaca ainda que, a exemplo do que houve com a dupla sertaneja Bruno & Marrone, não irá descumprir a decisão judicial”, diz a nota emitida pela Prefeitura de Urucurituba.
Ainda segundo a nota, o contrato com o grupo já foi rescindido. Agora, o executivo municipal busca chegar a um acordo para fazer com que o grupo devolva o que já foi pago.
A decisão vem após o STJ ordenar o cancelamento da dupla sertaneja. Mesmo assim, o show foi realizado. Cerca de 16 empresários teriam se juntado para pagar o show.
Na decisão do STJ, foi ressaltado que “a falta de serviços básicos em tamanha desproporção provoca um objetivo desequilíbrio que torna indevido o dispêndio e justificada a cautela buscada pelo MP”.
Segundo o promotor de Justiça Kleyson Nascimento Barroso, titular da Promotoria de Justiça de Urucurituba, o município vem enfrentando grande precariedade nos serviços de saneamento básico, educação, saúde, infraestrutura, entre tantos outros essenciais, sendo necessária a suspensão dos shows dos artistas contratados devido ao gasto indevido da verba pública.
“Há escolas inacabadas. As ruas da cidade encontram-se em péssimo estado, inclusive a rua principal, defronte ao Rio Amazonas, que está com trecho erodido há mais de 30 dias, sem conserto. Apenas 23% da população conta com tratamento de esgoto. E, não bastasse isso tudo, os dados ainda evidenciam que existem ações judiciais buscando adequação de prestação de serviços, como, por exemplo, em relação ao aterro sanitário da cidade”, relatou o promotor de justiça.