MANAUS (AM) | Apontado como anticandidato nas prévias do PSDB, o ex-senador e ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, tornou-se a figura central do processo de transformação e resgate do partido no cenário político nacional, sobretudo após a crise provocada pelo não cumprimento da agenda das primárias, por falhas apresentadas no aplicativo de votação.
Virgílio está sendo assediado pela mídia e é uma das figuras mais citadas nas redes sociais desde o último domingo (21.11), por seu posicionamento severo e críticas contundentes à ala bolsonarista do PSDB, além do confronto direto com o deputado federal Aécio Neves, a quem acusa ser a “maçã podre que está contaminando o partido”, e por sua cobrança forte pela conclusão das prévias até o próximo domingo (28), com ou sem a substituição da empresa que estava responsável pelo aplicativo.
“Estou querendo que as prévias se realizem. Percorri o Brasil todo e passei meu aniversário em BH, onde só um deputado me recebeu. Havia ordens diretas de Aécio para que não me prestigiassem”, disse Virgílio em entrevistas concedidas ao jornalista Luiz Datena e à emissora CNN Brasil.
Arthur também respondeu ao ataque vindo do próprio Aécio e do candidato Eduardo Leite, que o chamaram de ‘laranja’ na campanha do também candidato João Doria.
“Uma pessoa como eu serve para laranja? Que enfrentou o general Newton Cruz no cerco à Brasília, que foi líder inclemente da oposição por oito anos no Senado. Então, no PSDB que o Aécio Neves idealiza, tenho a honra de não ter a menor influência”, disparou, destacando que sua influência foi no PSDB de Franco Montoro, Mário Covas e Fernando Henrique, assim como no PMDB de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves. “O avô do Aécio, aliás, esse me conhecia muito bem”, completou.
Nas duas entrevistas, Arthur Virgílio manifestou apoio ao presidente do partido, Bruno Araújo, que vem fazendo todos os esforços para resolver a questão técnica e finalizar o processo das prévias de forma legítima. “São prévias incompletas, imperfeitas e que devem ser melhoradas nas próximas. Mas, aceitei porque tinha uma missão, de falar sobre democracia e da importância da Amazônia. E é nesse sentido que fiz minha anticandidatura”, finalizou.