RIO DE JANEIRO | Morto com um tiro no rosto durante o roubo no Village Mall, na noite desse sábado, Jorge Luiz Antunes, de 49 anos, trabalhava com segurança informal no shopping de luxo, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e estava cobrindo o plantão de um amigo.
Ele atuava como freelancer, ganharia R$ 180 de diária e deixou de ir na festa do neto, que acontecia no mesmo dia, para aceitar o trabalho. Velório será nesta segunda-feira, às 9h, e enterro, às 13h, no cemitério de Nova Iguaçu.
Sobrinha de Jorge, a podóloga Kênia Cristina Antunes Honório conta que seu tio era pai de quatro filhos e tinha quatro netos, dois meninos e duas meninas. Morador de Comendador Soares, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ele deixou de ir ano aniversário de um dos netos para atender ao pedido de um amigo:
— Ele não foi para cobrir um plantão e foi alvejado. Perdeu a vida por R$ 180. A diária do meu tio era R$ 180 e uma bolsa nesse shopping vale R$ 25 mil. Isso não pode ficar impune, mais um nome para estatísticas.
“O shopping disse que nos apoiaria, mas até agora ninguém apareceu. Ele contava que não tinha recebido nenhum treinamento. Mesmo assim, ainda colocavam-no na linha de frente, na entrada do shopping, para fazer abordagens. A gente quer que a justiça seja feita. A gente não quer só o caixão, quer a indenização também”.
Kênia conta, ainda, que seu tio não trabalhava uniformizado, era um segurança informal, que ficava à paisana na entrada do shopping. Ela diz que a liberação do corpo está atrasada porque os documentos de Jorge sumiram no assalto.
Uma mulher foi usada como refém por um dos bandidos durante o assalto.
Um fotógrafo da agência AgNews registrou o momento, no qual a vítima fica sob o poder do assaltante.
Testemunhas afirmam que 12 bandidos participaram da ação e ao menos 30 tiros foram disparados. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram lojistas fechando as portas e pessoas assustadas.
Uma testemunha que estava no local contou que vendedores e clientes se esconderam na parte de estoque das lojas.