Manaus – AM| Segundo o portal de notícias G1, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratou uma auditoria para analisar os negócios feitos entre o banco e as empresas do grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. A auditoria não encontrou irregularidades.
O resumo do relatório da investigação feita no BNDES tem oito páginas e foi realizada por auditores externos. O estudo custou ao banco R$ 48 milhões — o valor foi confirmado pela instituição.
O BNDES declarou que o dinheiro foi em contrapartida aos serviços prestados pela equipe de investigação.
A notícia foi publicada nesta segunda-feira (20) pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. A TV Globo também obteve o relatório da auditoria.
Segundo o relatório, o BNDES contratou dois escritórios de advocacia, um estrangeiro com sede em Nova York, e outro no Rio, para conduzir a investigação relacionada a oito operações entre o BNDES e os grupos JBS, Bertin e Eldorado Celulose, entre 2005 e 2018. O objetivo era apurar se houve suborno ou corrupção nessas operações.
Desde a campanha de 2018, o presidente Jair Bolsonaro tem falado em “abrir a caixa-preta do BNDES”. A abertura da “caixa-preta” foi uma das missões dadas por Bolsonaro ao presidente do BNDES, Gustavo Montezano, que tomou posse em julho.
Ex-presidentes do banco, como Joaquim Levy, Luciano Coutinho, Paulo Rabello de Castro e Dyogo Oliveira chegaram a afirmar que não havia evidências de irregularidades no BNDES.
A auditoria, apresentada no mês passado, não encontrou irregularidades nas oito operações investigadas. No relatório, foram analisados mais de 3 milhões de dados eletrônicos de funcionários e ex-funcionários.
O BNDES declarou, em nota, que o documento foi entregue ao Ministério Público Federal, que está analisando cada uma das operações investigadas.
A OAB disse nesta terça-feira (22) que vai solicitar informações sobre o contrato com o escritório estrangeiro de advocacia. A entidade quer saber se essa contratação é legal.
Em meados de dezembro, ao apresentar o plano trianual do banco, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou ter cumprido a promessa de abrir a “caixa-preta” do banco, considerada por ele, à época de sua posse, a “meta zero”, ou seja, prioritária da sua gestão.