Medellin – A Aeronáutica Civil (Aerocivil) da Colômbia, órgão que comanda a investigação do acidente com a Chapecoense, afirmou na noite desta quarta-feira que o avião boliviano da LaMia não tinha combustível suficiente para realizar o voo. A Aerocivil aguarda a chegada de técnicos investigadores dos Estados Unidos para abrir as caixas pretas.
“Os gravadores de dados e de voz vão ajudar a esclarecer por que a tripulação e a empresa não contavam com combustível suficiente”, afirmou Freddy Augusto Bonilla Herrera, secretário de Segurança Aérea, em coletiva de imprensa, em Medellín.
“Podemos afirmar claramente que a aeronave não tinha combustível no momento de impacto. Vamos investigar o motivo. Normas internacionais estabelecem como combustível mínimo o suficiente para ir do aeroporto de origem ao de destino, mais um alternativo, além de 30 minutos mais de voo e mais 5% de reserva. Neste caso, lamentavelmente, não tinha. O plano de voo estabelecia como aeroporto alternativo o El Dorado, em Bogotá. Não era possível voar ao aeroporto alternativo”, completou Bonilla.
O secretário de Segurança Aérea também deu detalhes das comunicações entre a torre de controle de voo do Aeroporto Rio Negro e o voo LMI 2933. No primeiro contato em que se reporta anormalidade, às 21h49, o comandante apenas pediu prioridade de aterrissagem por um “problema de combustível”. Segundo Bonilla, o piloto só avisou à controladora de tráfego que passava por uma “emergência” de voo por falta de combustível cerca de 2min40s depois, às 21h52, no exato momento em que uma outra aeronave, o avião da Viva Colômbia que iria para o arquipélago de San Andrés e desviou a Medellín, pousava por causa de um vazamento de combustível. A comunicação de falha total – combustível e elétrica – e o pedido de coordenadas para pouso em emergência viriam cinco minutos depois às 21h57.
No comunicado das autoridades colombianas, o diretor geral da Aerocivil, Alfredo Bocanegra Varón, ainda deu detalhes da dificuldade dos socorristas em realizar o resgate na mata do morro El Gordo, no município de La Unión. “Na madrugada, os camponeses escutavam chamados de socorro provenientes das pessoas que estavam na fuselagem e chegamos a pensar que eram onze sobreviventes, mas depois resgatados sete com vida [um deles, o goleiro Danilo, morreu no hospital]”, afirmou Varón.
Com informações Veja.com