São Paulo – No texto, a agência pede que pessoas suspeitas sejam denunciadas por utilizarem roupas, mochilas e bolsas “destoantes das circunstâncias e do clima”, além de identificar como prossíveis terroristas aqueles que “agem de forma estranha e demonstram intenso nervosismo”.
Rapidamente, seguidores não perdoaram e uma internauta pontuou, na publicação da última sexta-feira: “Um terrorista que se preza tem a aparência que ele quiser”.
“Cuidado ao ver um homem vestindo paletó e se dirigindo ao Congresso Nacional, muitos parecem trabalhadores, mas não se engane com suas bolsas destoantes e intenso nervosismo”, ironizou um homem.
Uma mulher relatou que seu filho transtorno de ansiedade e usa moletom e outras roupas que se encaixam justamente no critério terrorista da Abin. “Se fossem mesmo de inteligência nem teriam postado essa besteira!(…) Agora você vão promover uma caça as bruxas com quem não estiver vestido no padrão de quem estiver vendo ? Estamos perdidos mesmo”, criticou a internauta.
“Pessoas suspeitas: Utilizam roupas, mochilas e bolsas destoantes das circunstâncias e do clima. Agem de forma estranha e demonstram intenso nervosismo. Comunique o fato ao agente de segurança mais próximo”, diz a íntegra do aviso da Abin.
NOTA DA ABIN
A ABIN esclarece, em relação à sua página oficial no Facebook, que tem realizado publicações para a sensibilização da sociedade sobre situações potencialmente suspeitas de terrorismo. A primeira postagem foi realizada no último dia 29 de junho, em razão de lançamento de campanha do Ministério da Defesa, que resulta do trabalho conjunto dos três eixos de segurança dos Jogos Olímpicos – Inteligência, Segurança Pública e Defesa.
A iniciativa visa a orientar, de forma contínua, todas as camadas da sociedade para que a população sinta-se encorajada a contribuir com os órgãos de segurança na prevenção de ações terroristas.
O trabalho de prevenção é dificultado por não haver descrição, perfil ou comportamento que possa, de forma simples, direta e inequívoca, identificar um terrorista. No entanto, a combinação de pequenos indícios pode ser evidência de comportamento associado à intenção de prática terrorista.
É o caso das orientações divulgadas na segunda publicação da série. O uso de roupas inadequadas ao clima ou o nervosismo extremo de um cidadão não consistem, isoladamente, em motivo para suspeita. No entanto, combinados com outros elementos aparentemente insignificantes e não merecedores de atenção, podem, de fato, representar alerta para as forças de segurança. São exemplos a realização de fotografias dos sistemas de segurança de locais públicos; a presença de odores fortes de substâncias estranhas; a tentativa de ingresso em locais restritos a pessoal de segurança; entre outros.
É desejável que a população brasileira perceba a importância da sua proximidade com as áreas de Inteligência e com órgãos de segurança para que se fortaleça, no País, a “cultura de segurança”. A comunicação oportuna de situação suspeita pode ser decisiva na detecção antecipada de ação terrorista.
Cabe às forças e aos profissionais de segurança local avaliarem, a partir das informações repassadas pela população, se há motivo para alerta e adoção de medidas preventivas. As forças de segurança vêm recebendo capacitação dos três eixos encarregados da segurança da Rio 2016 para atuarem em situações do gênero.