BELO HORIZONTE (BH) – O feto do sexo feminino que foi encontrado dentro de uma geladeira em Belo Horizonte (MG), na noite de terça-feira (30), nasceu vivo. A Polícia Civil de Minas Gerais, que prendeu a mãe, de 30 anos, na quarta-feira (1º), fez a revelação nesta quinta (02).
A mulher foi presa em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver. Quando foi prestar depoimento, segundo a polícia, nas duas primeiras versões ela contou histórias “que não eram críveis”. A mulher revelou apenas na terceira vez que já tem dois filhos e não desejava a gravidez, optando por abortar.
A mãe do feto narrou que comprou medicamentos abortivos e foi para um hotel para fazer uso dos remédios. Ela afirma que teria desmaiado e, quando acordou, a bebê, uma menina, já teria nascido, mas estaria morta.
Como costumava usar uma cinta, para esconder a gravidez, ela pegou o acessório e envolveu o feto nela. Depois disso, colocou o corpo dentro de dois sacos plásticos pretos e levou para a residência da dona de casa, que localizou o corpo um ano depois, ao descongelar o freezer para limpeza.
De acordo com a perícia realizada, a bebê seria uma recém-nascida, com 2,5 kg e 45 cm de comprimento. Ela teria nascido entre a 35ª e a 37ª semana de gestação.
Além disso, era um bebê a termo, o que significa ser uma criança “viável”, que podia nascer a qualquer momento. O pulmão da recém-nascida também já estava formado.
A perícia ainda revelou que o medicamento abortivo “não teria sido suficiente para matar a bebê. Mas também não houve sinais de violência externa nem indicação de morte intrauterina”.
A grande preocupação da mãe da bebê era que seus dados fossem revelados e que o grupo do tráfico da localidade em que ela mora descobrisse o ocorrido e decidisse matá-la. Ela, entretanto, não tem envolvimento com o tráfico e não informou porque os traficantes poderiam matá-la.
O delegado Alexandre afirmou que o caso “é um crime repugnante a todos nós. É inaceitável, macabro”. De acordo com ele, muitos policiais que participaram da investigação relataram que não conseguiram dormir durante a apuração.
A polícia também relatou que foi constatado o não envolvimento da dona de casa, que guardou o saco durante um ano, no crime. A perícia confirmou que não era possível ver ou saber o que estava dentro do saco pela maneira como o corpo foi embrulhado. A mulher achava que era um pedaço de carne.