Belo Horizonte – Um bispo de 42 anos foi preso suspeito de quatro estupros, induzir um aborto e de integrar a associação criminosa responsável por desviar dinheiro e bens doados à igreja (sede e filiais) e, ainda, ludibriar os fiéis. A operação “Falso Profeta”, da Polícia Civil, ainda prendeu outras quatro pessoas, dentre elas, a mulher do religioso. As informações são do BHAZ.
Marco Aurélio de Freitas Melo é o presidente da Igreja Internacional Plena Paz, fundada em 2010, e tem um patrimônio de R$ 2 milhões. Ele foi preso nessa terça-feira (28), em Brasília (DF), junto com sua esposa. Além deles, a tesoureira e outros dois pastores também fazem parte da organização criminosa, segundo investigações.
Foram apreendidos, ainda, documentos comprobatórios de movimentações financeiras, além de notebooks, aparelhos celulares e cinco veículos. A investigação teve início em janeiro deste ano.
O casal é dono de um imóvel com 14 apartamentos em Águas Lindas de Goiás (GO), e alguns lotes na região. “Ele [o bispo] pegava o dinheiro que deveria ser utilizado na igreja e destinava para fins particulares. Os bens doados, como veículos, não eram passados como patrimônio da igreja. Eram vendidos e investia em imóveis em Águas Lindas de Goiás”, explica Gabriel Fonseca, delegado da Delegacia de Fraudes da Polícia Civil de Minas Gerais.
O bispo, chefe de 10 templos em Minas Gerais, de acordo com a polícia, é uma pessoa muito agressiva. “Quando algo saía do controle, quando determinada igreja não arrecadava o que era esperado arrecadar, ou quando uma pessoa não atendia algo que ele ordenasse que fosse feito, ele passava para ameaças ou agressões”.
Estupros e aborto
Uma das vítimas de estelionato teve um envolvimento amoroso com o bispo. “Durante o relacionamento, ela relatou ao bispo que tinha ficado grávida. Ele, então, sugeriu que a mulher tomasse um abortivo”, conta o delegado.
No momento do aborto, a vítima relatou à polícia que o homem a obrigou a ingerir os restos do feto. “Logo em seguida, após a mulher se limpar, ele a teria estuprado, via anal. De acordo com a vítima, os atos foram cometidos como uma questão de correção dela, pois ela não deveria ter ficado grávida nesse período”.
A instituição religiosa realizava atendimentos espirituais e, durante essas sessões, quatro vítimas relataram estupros. “Elas nos relataram que, em alguns momentos, ficavam em estado de inconsciência, por questões religiosas ou espirituais. Quando elas voltavam a si, percebiam que estavam sem roupas e tinha óleos nos seios e nas partes íntimas”, explica o delegado.
Os crimes sexuais ocorreram em BH. A Polícia Civil acredita que ainda existam outras vítimas de estupro e estelionato. E, que agora, com a prisão do bispo, as pessoas devem registrar denúncias.