BRASÍLIA | O presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Senado nesta sexta-feira o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As informações são do O Globo.
O documento, assinado pelo presidente, foi recebido pelo chefe de gabinete do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O presidente do Senado, responsável por decidir se abre ou não o processo de afastamento, já sinalizou que o pedido de Bolsonaro deverá ficar parado em sua gaveta. Na terça-feira, Pacheco disse que o processo de impeachment de ministros do STF “não é recomendável.”
No final de semana, Bolsonaro havia prometido representar também contra o ministro Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas foi convencido por auxiliares a se limitar a Moraes.
O pedido foi protocolado horas depois da operação de a Polícia Federal que mirou aliados do presidente, o cantor Sérgio Reis e o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ). A busca e apreensão foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizada por Moraes.
Alexandre de Moraes é o relator do inquérito das fake news, o que mais gera preocupação no Palácio do Planalto. No início de agosto, o ministro do STF incluiu o presidente Bolsonaro como investigado neste inquérito em função dos ataques aos ministros da Corte e disseminação de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas.
Ontem, auxiliares do presidente ainda tentavam convencê-lo a desistir da iniciativa, que provocou uma nova crise entre os Poderes, mas ele estava irredutível. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tentou demovê-lo da ideia, mas não obteve sucesso.
O texto foi preparado ao longo da semana com a ajuda de diversos assessores jurídicos do presidente e o advogado-geral da União, Bruno Bianco. O documento, entregue em mãos por um servidor da Presidência, tem apenas a assinatura do presidente Bolsonaro com firma reconhecida.