MANAUS – AM | O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), responsabilizou Jair Bolsonaro pelo avanço do coronavírus na capital do Amazonas. Ele afirmou que a adesão ao isolamento social chegou a superar a marca dos 70% na cidade. Mas caiu para pouco mais de 50% “depois que o presidente começou a sair sucessivamente às ruas, numa campanha contra o isolamento.
Segundo Virgílio, “o SUS colapsou” em Manaus. “E os hospitais particulares também estão bastante exauridos”. A prefeitura improvisa a toque de caixa um hospital de campanha numa escola. O avanço do vírus levou o prefeito a sugerir ao governador do Amazonas, Wilson Miranda (PSC), que o isolamento social seja convertido em quarentena, com o uso de força policial para manter as ruas vazias.
“Estamos numa situação de guerra”, declarou Virgílio. “É uma guerra atípica. O adversário não é visto. Mas é muito forte e atua com vigor.” O prefeito lamenta que o presidente da República menospreze o vírus. “Às vezes me dá até a impressão de que o Bolsonaro já deve ter tido, levemente, a doença. Está imunizado. E pode andar por onde quiser. Ele se esquece de que as pessoas que ele cumprimenta não estão imunizadas.
Para Virgílio, Bolsonaro não enxerga os riscos que estão à sua volta. O prefeito ainda indagou: “Se vem uma recessão, seguida de uma depressão econômica, será que haverá condições políticas e congressuais para Bolsonaro permanecer? Ele provoca todo mundo, não conta com a solidariedade de partido nenhum. Consegue brigar até com os amigos.