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Brasil joga mal e empata na estreia dos Jogos

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São Paulo – Preocupante. Assim foi a estreia da seleção masculina de futebol na Olimpíada. Apesar do maior volume de jogo no segundo tempo, a equipe de Neymar não conseguiu sair de um 0 a 0 diante da África do Sul, no Mané Garrincha, em Brasília, com 68 mil torcedores nas arquibancadas.

Diante do Iraque, neste domingo, outra vez no Distrito Federal, o atacante do Grêmio Luan poderá ser a novidade do time. O ataque brasileiro cresceu no jogo a partir do ingresso do camisa 7. Como na preliminar, Dinamarca e Iraque também ficaram no 0 a 0, o Grupo A dos Jogos do Rio está embolado. Para quem está pressionado para obter a medalha de ouro, o Brasil começou com um tropeço.

Logo nos primeiros minutos, um susto. Rodrigo Caio falhou, não cortou um passe longo para Mothiba, e o goleiro Weverton precisou sair nos pés do atacante do Lille (FRA) para salvar a seleção. Ainda que nas arquibancadas os quase 70 mil torcedores tentassem empurrar a equipe de Neymar, em campo, o jogo brasileiro não se desenvolvia. E os sul-africanos pareciam à vontade no Mané Garrincha.

Apesar de o técnico Rogério Micale ensaiar um a seleção ofensiva, com o trio de atacantes Neymar, Gabriel Barbosa e Gabriel Jesus, tendo logo atrás outro trio, Renato Augusto, Thiago Maia e Felipe Anderson, na prática, ainda não funcionou. Erros de passes, falta de triangulações e (surpresa) até a ausência de lances individuais emperraram o jogo do Brasil. E, aos poucos, o que era apoio incondicional, passou a se transformar em muxoxos nas arquibancadas.

Depois de mais duas jogadas perigosas dos africanos, aos 28 minutos, veio o primeiro lampejo de Neymar. Um chute de fora da área, que obrigou o goleiro Khune a fazer uma defesa difícil. O Brasil tentava tomar conta do jogo, mas a falta de um futebol coletivo ou mesmo o nervosismo da estreia não permitia. Aos 32, Gabriel Jesus dividiu com Khune, mas não conseguiu concluir, em uma nova boa chance para a seleção.

A África do Sul estava ciente dos problemas brasileiros e insistia no ataque. Dolly arriscou e quase acertou o canto esquerdo de Weverton. A resposta do Brasil veio de novo de fora da área, com um rebote de Felipe Anderson, que passou à direita.

Quase ao final do primeiro tempo, Neymar deixou o quase castigo da ponta esquerda e passou a jogar mais centralizado. E foi assim que, aos 39 minutos, ele recebeu de Gabriel Jesus na entrada da área e só não marcou porque Khune estava em tarde inspirada.

O 0 a 0 do intervalo foi frustrante, ainda que a seleção tenha sido aplaudida na saída de campo. Enquanto o segundo tempo não começava, faixas de “Fora Temer” foram exibidas no estádio, seguidas por gritos de parte dos torcedores, que também pediam a saída do presidente interino.

A partida teve reinício com o campo do Mané Garrincha ainda mais castigado e apresentando diversos buracos com areia entre a grama. Com menos de um minuto, Neymar perdeu o gol a chutar um cômoro de areia em vez de bater na bola. Mas o xadrez da estreia ainda era nebuloso. Aos 3 minutos, Dolly bateu cruzado e Weverton salvou.

Aos 14 minutos, porém, uma entrada de Mvala por cima da bola em Zeca, deixou os sul-africanos com 10 jogadores em campo. Aliada á expulsão do camisa 4, Rogério Micale foi para o anunciado tudo ou nada: trocou o ineficiente Felipe Anderson por Luan.

O atacante do Grêmio deu nova movimentação ao ataque brasileiro. Mas, ainda assim, as chances de gol não surgiam. Rafinha foi a campo, no lugar de Renato Augusto. E o time melhorou. Em seguida, Luan fez jogada individual, a bola correu pela pequena área e Gabriel Jesus concluiu na trave.

As chances de gol passaram a se repetir, mas a ansiedade também tomou conta da seleção. Neymar e Gabriel Jesus por pouco não marcaram. .

Ao que tudo indica, para que o sistema de jogo de Rogério Micale dê resultados, será preciso um trabalho coletivo bem melhor. Isso talvez leve tempo e, nos Jogos, com decisões a cada três dias, tempo não há. Talvez seja mais fácil mexer na equipe. Luan é candidato a ser titular. O caminho do futebol masculino rumo ao ouro olímpico começou em uma estrada sinuosa, de chão batido, e cheia de buracos.

Expressoam:

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