MANAUS – AM | Na noite deste domingo (31), o capitão da Polícia Militar, Paulo Ricardo Cheik Furtado Junior, se envolveu em uma polêmica ao anunciar, através do Twitter, que está se preparando para enfrentar os manifestantes que pretendem comparecer no protesto pró-democrático na Avenida Djalma Batista, previsto para a terça-feira (02).
“Terça vou ‘tá’ no protesto, ja tô separando as balas de borracha”, escreveu ele.
Na mesma publicação, um delegado da polícia civil rebateu a publicação do militar, afirmando que também estaria na manifestação e prometeu balas “de verdade” para se defender de possíveis atos de repressão contra um movimento “legítimo e pacífico”.
Cheik, que também é advogado, recebeu muitas críticas e acabou deletando a postagem.
PM já respondeu por homicídio
Vale lembrar que o militar já respondeu por homicídio em 2014, ao ser acusado de participar do assassinato de Luan Pereira da Silva, 19, com um tiro na cabeça, dia 6 de dezembro do referido ano, na comunidade Carlos Braga, no bairro Nova Cidade, zona Norte de Manaus. Ele acabou sendo afastado de atividades operacionais, além de ter sido proibido de fazer uso de arma de fogo.
Na época, testemunhas afirmaram que os policiais da Força Tática levaram Luan para dentro do mato, mandando a vítima ajoelhar antes de efetuarem o disparo direto na cabeça do rapaz. As testemunhas eram menores de idade e sofreram ameaça e perseguição, motivo que levou à prisão de oito policiais, entre eles Paulo Cheik.
“Amazonas pela Democracia”
Protestos antifascistas e a favor da democracia marcaram o final de semana no Brasil e no mundo. Após a onda de manifestações que tomou conta dos EUA, chegou a vez do Brasil ir para as ruas combater os atos antidemocráticos que ameaçam a nação.
Em Manaus, os protestos, que não têm organizadores declarados, estão sendo convocados através das redes sociais e estão marcados para amanhã, terça-feira (02), na Djalma Batista. As publicações pedem que os protestos sejam pacíficos e, para que haja segurança, é necessário que as pessoas usem roupas pretas que cubram tatuagens, além de máscaras de proteção e luva. Como o protesto irá ocorrer em meio à pandemia, os organizadores alertam para que crianças, idosos e portadores de doenças crônicas não compareçam à manifestação.