MANAUS (AM) – A 2.ª Vara de Crimes contra a Dignidade Sexual e de Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes da Comarca de Manaus realizou, na quarta-feira (18), mais uma etapa da fase de instrução relativa à “Operação Carimbadores”, deflagrada pela Polícia Civil do Amazonas. Durante a audiência, foi ouvida uma testemunha e procedido o interrogatório dos dois réus, Rodrigo Wenderson Nunes dos Santos e Victor Igor dos Santos. Eles são acusados de estuprar crianças e adolescentes e de forma intencional infectá-las com o vírus HIV.
Os acusados, segundo a polícia, também compartilhavam, adquiriam e armazenavam fotografias e vídeos com conteúdo pornográfico envolvendo menores de idade.
Durante a audiência, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) formulou pedidos de diligências finais, incluindo a análise de evidências e verificações adicionais, e as defesas apresentaram pedidos de liberdade dos réus, que participaram da audiência por videoconferência, a partir da unidade prisional em que se encontram presos provisoriamente.
O juiz Rosberg de Souza Crozara determinou que os autos fossem conclusos para decidir sobre o pedido de liberdade. Além disso, foi estabelecido que, após o retorno das diligências requeridas pelo MPE, com ou sem juntada das respectivas conclusões, os autos serão enviados para as partes apresentarem, por memoriais escritos, as alegações finais. Após isso, o processo estará concluso para sentença.
Durante a audiência, o magistrado observou que, nesta fase do processo, ficou evidente o uso de redes sociais para a propagação de conteúdo relacionado à pornografia infantil e juvenil.
Histórico do Caso
A “Operação Carimbadores” foi deflagrada pela Polícia Civil do Estado do Amazonas em 10 de maio de 2024. Os foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Amazonas por compartilharem conteúdo de pornografia infantil e tentarem transmitir o vírus HIV/Aids a vítimas. A justiça aceitou a denúncia em 11 de julho de 2024.
As investigações apontaram trocas de mensagens que indicam a aquisição e compartilhamento de fotos e vídeos contendo cenas de abuso infantil, bem como a intenção deliberada de propagar o vírus HIV por meio de relações sexuais desprotegidas. Desde então, os réus permanecem presos preventivamente no sistema prisional de Manaus.