MANACAPURU (AM) – Em menos de cinco minutos Eline e Ezequiel conseguiram pôr fim a um conflito judicial iniciado há quatro meses e a uma separação que durou um ano. Pais de duas crianças, eles escolheram o diálogo e voltaram atrás ao perceberem que ainda havia sentimento. O processo de divórcio litigioso, com pedido de guarda e alimentos, tinha ido parar na 2.ª Vara da Comarca de Manacapuru (município a 98 quilômetros de distância de Manaus), onde moram.
“Quando nos separamos, em dezembro do ano passado, estávamos magoados. Foi necessário passar por tudo isso para entender o valor do diálogo e perceber que ainda havia muitos bons sentimentos entre nós”, refletiu a mulher, antes de expor a certeza de que “o casamento agora é para sempre!”.
Eliane deu entrada na ação judicial em julho deste ano e a audiência do casal ocorreu na última sexta-feira (8), data de encerramento da “XIX Semana Nacional de Conciliação”, iniciada em todo o País no dia 4. No Amazonas, 13.284 processos foram pautados para audiências conciliatórias realizadas nos cinco dias da campanha, em todo estado.
“O resultado foi uma surpresa, que proporcionou grande alegria a todos os envolvidos”, revela a mediadora Mirian Araújo, que conduziu a audiência.
Números
O processo do casal Eline e Ezequiel não foi o único a ter um final feliz na manhã de sexta-feira. Segundo Míriam, até 11h do dia ela já havia firmado outros seis acordos em processos relacionados a conflitos de família. “Começamos o expediente do último dia de atividade da Semana de Conciliação com o ‘pé direito’”, brinca.
De acordo com o diretor Denis Araújo Neto, da 2.ª Vara de Manacapuru, para o evento deste ano foram pautadas 205 audiências; dados parciais, até o final da tarde de quinta-feira, já registravam 58 acordos, totalizando quase R$ 1,3 milhão em valores movimentados entre as partes dos processos na SNC.
Para a juíza titular da 2.ª Vara de Manacapuru, Scarlet Braga Barbosa, as pessoas buscam o Poder Judiciário nessas campanhas para entregar ao juiz a solução de uma determinada situação que não conseguem resolver sozinhas, “e a conciliação permite que, por meio de uma conversa mediada, consigam falar e serem ouvidas, construindo juntas a melhor forma de lidar com o conflito”, disse.