X
    Categories: Coronavírus

Cientista da Fiocruz que descobriu variante P1 alerta: nova mutação pode resistir às vacinas

Foto: Divulgação

ADVERTISEMENT

MANAUS, AM – O renomado pesquisador internacional Felipe Naveca, da Fiocruz do Amazonas, fez um alerta que precisa ser ouvido por todos. Como um dos responsáveis por identificar a variante P1 no Amazonas, o cientista afirma que a mutação surgida em Manaus continua se transformando e pode representar um risco para uma 3ª onda ainda mais devastadores e desafiadora à Ciência. “A P1 começa a apresentar deleções em regiões de escape de anticorpos. Essas mudanças podem torna-la resistente ao ataque de sistema imunológico e, talvez, às vacinas”.

As aglomerações insistentes no Brasil, a baixa vacinação e a insistência em remédios sem comprovação de eficácia são mais um perigo. “Esse risco é muito real porque as condições para isso persistem: baixa vacinação, pouco distanciamento e medidas de etiqueta respiratória, como uso de máscara”, declarou em entrevista ao jornal O Globo..

A primeira onda foi resultado da persistência de duas linhagens e a segunda explodiu devido à emergência da P.1. A primeira onda foi causada pela disseminação da linhagem B.1.195, que foi substituída entre maio e junho de 2020 pela linhagem B.1.1.28 (ambas estão entre as primeiras linhagens do Sars-CoV-2 a se espalhar pelo mundo). Já a segunda onda coincide com o surgimento da P.1. Esta, por sua vez, evoluiu da B.1.1.28 em novembro de 2020 e em menos de dois meses tomou o seu lugar.

Some-se a isso a variante da Índia. Em artigo na revista científica Nature Medicine, pesquisadores da Rede Genômica Fiocruz e de instituições parceiras apontaram as causas do crescimento do número de casos de Covid-19 no Amazonas e das sucessivas substituições de linhagens do Sars-CoV-2. O estudo indicou que esses fatores foram impulsionados por uma combinação de diminuições das medidas de distanciamento social e pelo surgimento de uma forma mais transmissível do vírus, a variante P.1, identificada em meados de novembro de 2020. Essa variante causou um aumento exponencial da doença, o que estabeleceu a segunda onda da epidemia no estado.

“Temos um histórico das viroses respiratórias com um calendário diferente no Amazonas, normalmente antes de outros estados. Tivemos o surgimento de uma variante mais infecciosa em um período onde havia menor distanciamento social. A P.1 foi a consequência da circulação do vírus e depois uma das causas do colapso no Amazonas”, explica Felipe Naveca, pesquisador e vice-diretor de Pesquisa e Inovação do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia).

Colaboração para o Expresso AM, em Manaus:

This website uses cookies.