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Com salário de R$ 15 mil por mês na CMM, vereador alega na Justiça do Amazonas que está liso

Foto: Divulgação

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MANAUS – AM | Pobre, liso, falido, com o pires na mão. Um desempregado na fila dos 14 milhões de brasileiros que estão na rua da amargura. Esse é o vereador de Manaus Dione Carvalho (Patriota). Ao menos foi o que ele alegou na Justiça do Amazonas, onde pediu para não pagar despesas processuais numa ação onde pede que a Água de Manaus deposite em sua conta R$ 62 mil a título de indenização.

O único problema é que Dione ganha salário de R$ 15 mil por mês como vereador de Manaus, desde janeiro. Para ser mais exato, com descontos, R$ 11,220 líquidos como consta no Portal da Transparência da CMM. Diante da pobreza declarada mas que não condiz com a grana que o contribuinte paga ao vereador, Dione reafirmou à juíza este mês que realmente está na pior.

Com a força do escudo do Capitão América que ele carrega em nome das crianças cardiopatas desassistidas do Amazonas, recorreu e ganhou o direito de não pagar nada. É tudo “free”, como diz a música dos Titãs.

RASTEJADOR

Dione ganhou notoriedade no dia 1º de janeiro deste ano, quando apareceu rastejando para ser diplomado vereador na posse. De lá até hoje sumiu dos holofotes, reaparecendo agora como pedinte cidadão necessitado de Justiça gratuita, ou como está no processo, “pessoa sem poder aquisitivo, desempregado, sofrendo com a pandemia” e “trabalhando na condição de autônomo”. Dione alega que ajuizou a ação quando não era vereador, mas chamado a reafirmar a “pobreza” neste mês de julho, confirmou à juíza que continua pobre, mesmo na condição de parlamentar.

Dia 9 de junho Dione teve o pedido negado, mas de tanto insistir, ganhou a gratuidade agora em julho e se livrou de pagar os R$ 2.944,02 da causa. “Pra te falar a verdade, eu não tenho nem conhecimento do que está acontecendo neste processo. A última movimentação que eu soube foi que antes de ser vereador chegou contas muito altas no meu apartamento e eu continuo morando no mesmo lugar. Eu vou entrar em contato com meu advogado para saber a movimentação do processo”, afirmou Dione, alegando desconhecimento do andamento da causa que pode lhe render uma “bolada.”

Projeto para melhorar o abastecimento de água na cidade, ou verba para construir poços nos bairros mais distantes? Nada. Pelas contas do vereador, a pobreza ou a riqueza é uma questão de ponto de vista.

Expressoam:

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