Manaus – O Comitê Intersetorial, criado pelo Governo do Amazonas para planejar ações de enfrentamento à gripe H1N1, reuniu nesta sexta-feira (01/03) com o Ministério Público do Amazonas (MPE), para apresentar o plano de ação especial montado pelo Estado voltado à prevenção das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) e da assistência aos pacientes na rede pública.
Na reunião, a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemay Costa Pinto, apresentou os dados confirmados de óbitos por Influenza A (H1N1) e pelo vírus Sincicial Respiratório, até o momento no estado, e apontou as medidas que estão sendo tomadas para controlar o avanço do vírus na capital e também no interior.
Foi apresentada, ao Ministério Público, a necessidade de ampliar leitos clínicos e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de retaguarda, medicamentos e insumos de equipamentos de proteção individual para atender os pacientes que chegam as unidades de saúde.
As promotoras de justiça Silvana Nobre Cabral e Claudia Câmara fizeram recomendações ao Comitê Intersetorial quanto à necessidade de reposição permanente de álcool gel nas unidades de saúde pelas empresas de conservação. O MPE também vai controlar, junto com o comitê, a distribuição do Tamiflu aos hospitais da rede privada e às unidades públicas. Outra recomendação foi de que a rede privada deve divulgar fisicamente sobre a gratuidade do Tamiflu em suas unidades.
A diretora-presidente da FVS reforçou que 60 mil comprimidos de antiviral (Tamiflu), enviados pelo Ministério da Saúde, estão sendo distribuídos a partir desta sexta-feira (01/03) para unidades de saúde da rede estadual, municipal e privada, além dos 49 mil comprimidos já disponibilizados pelo estado.
Outra medida em execução é a compra emergencial dos kits diagnósticos para acelerar os resultados de exames, reduzindo o tempo de espera de cinco horas para 20 minutos.
Vacinação – Após o decreto de situação emergencial, do Governo Estadual, o Amazonas terá prioridade no recebimento da vacina disponibilizada pelo MS, o que deve antecipar a campanha de vacinação para crianças, profissionais de saúde e gestantes.
De acordo com a diretora-presidente da FVS, a campanha vai disponibilizar em todo o Estado 1.535 postos de vacinação, com a atuação de mais de 4 mil profissionais. Em 2016 e 2017, a campanha atingiu a meta proposta pelo MS. Em 2018, mesmo com três prorrogações do período de vacinação, a meta não foi atingida.
Emergência – A rede de saúde estadual dispõe de 18 unidades de urgência e emergência na capital e sete maternidades, além de hospitais adultos e infantis, para atender a demanda do estado.
De acordo com a gerente de Urgência e Emergência da Susam, Nayara Maksoud, o estado possui 5.800 leitos, sendo 4.964 leitos SUS e 46% dessas acomodações estão nas unidades de urgência e emergência. Devido o aumento do fluxo nas unidades por causa da SRAG, foram reservados leitos clínicos pediátricos e adultos, assim como UTIS, para pacientes com H1N1 em vários hospitais.
“Entre as orientações que a Susam está reforçando junto aos diretores de unidade está o fluxo interno adequado para receber o paciente com suspeita das Síndromes Respiratórias Agudas Graves. Também está reforçando o abastecimento de equipamentos de proteção individual, que são necessários tanto para paciente, quanto para o profissional de saúde que atende nas unidades”. Ainda segundo ele, todos os profissionais médicos deverão fazer uma capacitação online sobre Influenza A, disponibilizada pela Unasus e, depois, a qualificação presencial, para acolher os pacientes.
Semsa-Manaus – Na rede de atenção básica, o medicamento Tamiflu teve a distribuição ampliada para 23 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em duas UBS’s Fluvial. Durante o período do Carnaval, o medicamento será distribuído nas unidades de horário ampliado, que atenderão em horários especiais.
O secretário municipal de Saúde de Manaus, Marcelo Magaldi, ressalta que o Tamiflu é indicado para o tratamento de pessoas que já tiveram o diagnóstico confirmado para a doença. “O Tamiflu será entregue para os pacientes que possuem prescrição médica, de acordo com critérios específicos”.
Números – A edição nº 03/2019 do Boletim Epidemiológico da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Estado do Amazonas informa que foram notificados 244 casos de SRAG no Estado. Destes, 57 (23%) deram positivo para o Vírus da Influenza A (H1N1), 31 (12.7%) para Vírus Sincicial Respiratório (SRV).
Ainda segundo Boletim, foram registrados 15 óbitos por H1N1. Destes, 11 em Manaus, 02 de Manacapuru, 01 de Parintins e 01 Itacoatiara. Outros 02 óbitos foram confirmados por Vírus Sincicial Respiratório, ambos residentes da capital.
Dos 17 óbitos registrados por SRAG, 80% apresentavam fator de risco, com destaque para pessoas com diabetes, pneumopatas, pessoas com obesidade e neuropatas.