Rio – O pesquisador Amilcar Tanuri foi mais uma vítima de assalto no Rio. Mas desta vez, a violência da cidade vai afetar o mundo todo. É que foi furtado o computador do cientista, onde estavam guardados dados de uma pesquisa inédita sobre o uso de uma droga chamada clorofina para inibir o vírus zika.
Segundo Tanuri, que é chefe do laboratório de virologia molecular da UFRJ, os resultados dos testes com a droga em células foram positivos, e um artigo científico estava quase pronto para ser publicado nesta sexta-feira. Agora, alguns testes terão que ser refeitos, e a publicação será atrasada em ao menos uma semana. Tanuri teve a mala com o computador furtada na porta do aeroporto Santos Dumont, na Zona Sul, na noite da última quarta-feira.
— Estava saindo do aeroporto e meu telefone tocou. Larguei a mala só para pegar o telefone do bolso, e quando vi ela já não estava mais lá. Uma senhora que estava atrás de mim disse que viu a ação. Dois homens pegaram a mala, correram para dentro de um carro e fugiram. Foi tudo muito rápido.
O pesquisador reclama que no local não havia policiamento e estava muito escuro:
— Fui à sala de segurança denunciar o furto, e a atendente me disse que não adiantava nem ver a câmera de segurança, porque é tão escuro lá à noite que não se vê nada nas imagens.
Segundo Tanuri, havia resultados de ao menos três meses de pesquisas no computador roubado. Parte dos dados ele conseguiu recuperar, pois estavam guardados num banco de dados online, mas ao menos 10% foi perdido.
— O mais chato é que havia informações pessoais de pacientes da pesquisa, além de fotos deles. São dados confidenciais. Acredito que o objetivo do roubo não tenha sido a exposição desse trabalho, mas é uma preocupação.
Tanuri lamenta que o assalto possa atrasar uma solução para o surto de zika:
— A corrida para resolver o problema do zika é importante. Os americanos estão nos pressionando.
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