PORTO ALEGRE| Se já vivemos um turbilhões de sensações, com a pandemia da covid-19 e toda a carga negativa que a doença pode trazer para nossas vidas, imagine ter que lidar com uma Ala inteira de pacientes, que lutam diariamente para sobreviver ao um dos vírus mais letais que já existiu na terra.
Um projeto de GZH, Rádio Gaúcha e Zero Hora, que mostra a rotina de profissionais da linha de frente, uma das enfermeiras do CTI do Hospital de Clínicas de Porto Alegres, Isis Marques Severo, contou uma das histórias que mais a impactou, quando um dos pacientes de 40 anos, internado há mais de dois meses com a covid-19, sacudiu os pés ao ouvir Beatles.
“Lembro da história de um paciente de 40 anos que está internado no CTI desde 8 de abril. Em 9 de abril, devido a uma oxigenação muito baixa no sangue, ele necessitou de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO, na sigla em inglês), o chamado pulmão artificial. Está nesse suporte respiratório há 46 dias e em processo de desmame e reabilitação.”
Todos os dias, a equipe trabalha conjuntamente para conseguir com que ele faça coisas simples, como, por exemplo, sentar com os pés para fora da cama. Parece simples, mas, no paciente em ECMO, em ventilação mecânica, com vários cateteres e medicamentos em bombas de infusão, acaba sendo uma tarefa que não é muito fácil. Exige a integração de vários profissionais, como enfermeiro, técnico de enfermagem, fisioterapeuta, médico intensivista e perfusionista, que é a pessoa que cuida do equipamento de ECMO durante toda essa mobilização
“Em uma noite recente, por volta das 23h, esse paciente escutava Beatles e sacudia as pernas, dançando na cama. A cena emocionou todos na unidade e repercutiu positivamente. A nossa UTI é embalada ao som de vários rádios doados. Cenas como essa dão esperança para seguir nessa luta diária”, completou Savero.