Com a tecnologia, o modo de criação de imagens foi para outra escala. O Deep Fake, ferramenta que usa Inteligência Artificial para trocar o rosto de pessoas em vídeos, com direito a sincronização de movimentos labiais e expressões, começou em 2017 e desde então virou febre em todo o mundo. Na internet, o jornalista e YouTuber, Bruno Sartori, que se denomina deepfaker – termo utilizado para caracterizar pessoas que utilizam a ferramenta – se tornou o pioneiro da tecnologia no Brasil, levando as edições de videos para se manifestar politicamente. Com vídeos satirizando o atual governante do Brasil, Bruno conseguiu uma legião de fãs com seu trabalho.
Só no instagram, o deepfaker contabiliza 285 mil seguidores e o compartilhamento dos seus vídeos conseguem atingir todas as redes sociais. Com toda a popularidade de Sartori, é possível pontuar que se manifestar politicamente pode trazer malefícios.
O jornalista já recebeu várias ameaças por fazer piadas com a família Bolsonaro, e em uma entrevista ao Expresso AM, Bruno disse que irá continuar protestando contra o governo bolsonarista. “A gente não pode deixar intimidar por esses bandidos. Se você tá numa linha de frente, igual eu, exposto e, você se esconde ao fazerem ameaças, outras pessoas inspiradas em você, vão fazer a mesma coisa. Então a gente não pode se esconder desses malucos”, disse Sartori.
Nessa semana, Bruno fez uma sátira de Bolsonaro e Cloroquina, criticando a forma como o presidente acredita que o remédio ajuda no tratamento do novo coronavírus. No vídeo, o presidente é caracterizado como Tiririca cantando versão de ‘Florentina’. Depois de postado, o jornalista recebeu ameaças junto de sua família. Perguntado sobre as ameaças , Bruno disse: “A gente ainda não entrou com uma ação, pois a gente não sabe quem são essas pessoas. Vamos contatar o Ministério Público para que ele peça que o inquérito seja aberto pela polícia, para que esse inquérito vire um processo”, concluiu.
Foto: Reprodução