MANAUS (AM) – Um portal amazonense ameaçou vazar um suposto vídeo íntimo da cunhã-poranga do boi Caprichoso, Marciele Albuquerque, nesta semana. Nesta sexta-feira (18), a ela resolveu se pronunciar. Marciele foi ameaçada caso não deixasse o cargo como item no Festival de Parintins.
“A minha luta diária aqui não é só minha. É de tantas mulheres amazônidas que sofrem todos os dias por conta do machismo, preconceito e violência que nos é direcionada. Violência que muitas vezes é corporal ou verbalizada com calúnias, mentiras e xingamentos”, começou ela em seu Instagram.
“Quando eu entro na arena defendendo um item do @boicaprichoso eu não levo só a arte comigo, também levo a batalha de muitas manas, carrego as dores e os sonhos de milhares. Carrego a herança dos meus antepassados, da minha família e da nossa história. O ônus é ser escudo, vitrine e essa exposição gigante, de acharem que podem falar da nossa índole e dos nossos corpos de toda maneira e com inverdades infundadas. O bônus é o carinho, a força que recebo e a vontade de continuar lutando por tantos e por todas. Obrigado minha nação, ao meu Boi Caprichoso e a todos que estão me defendendo de tantas, e das piores, mentiras que já fizeram com o meu nome. Não me calarão. Machistas não passarão!”, concluiu a cunhã-poranga.
Caprichoso reage
O boi Caprichoso também decidiu sair em defesa da cunhã e publicou uma nota em repúdio. Leia na íntegra.
Nesta quinta-feira, um portal de notícias de Manaus divulgou ameaças a uma de nossas vitoriosas itens femininas. Em tom de falso moralismo e machismo escrachado, ameaçam divulgar supostos vídeos íntimos, como parte de uma chantagem para abalar seu relacionamento. É lamentável que com todos os avanços dos últimos anos, no que tange a violência de gênero, episódios como esse continuem se repetindo. E é ainda mais impressionante que outros blogs e portais diretamente ligados ao Festival de Parintins – e que deviam servir para divulgar nossa arte e nossa cultura – se prestem a um expediente tão baixo e repugnante.
https://5b3caef454a06ac1db86ae5014fdc407.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html?n=0 Mas parece que as vozes femininas ainda não foram suficientemente ouvidas. E por isso precisamos potencializá-las. O corpo da mulher pertence a ela mesma! A conduta de uma mulher não está sob o escrutínio de quem quer que seja e sua conduta não precisa do aval dos vigilantes da falsa moral e dos bons costumes. Estamos do lado que sempre estivemos e defenderemos sempre a liberdade das mulheres contra todo o tipo de opressão. Por isso nos solidarizamos profundamente com Marciele Albuquerque, na certeza de que ela certamente vencerá na Justiça essa gente que recorre a argumentos tão chulos para constrangê-la e, na arena, onde mais uma vez dará um show de talento para toda a nação azul e branca.
Em tempo, repudiamos de forma veemente o baixo jornalismo e a imprensa que se presta ao jogo sujo da fofoca e da calúnia. Estamos certos de que o único lugar que lhes cabe é a lata do lixo da história.