AMAZONAS – O Programa de Monitoramento da Qualidade de Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS), desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), apresentou dados que indicam o consumo impróprio da água do Rio Negro para as pessoas, além de outros elementos referentes à qualidade da água, que foram recolhidos nos pontos de coleta. A exibição aconteceu em uma coletiva de imprensa realizada na Reitoria nesta quarta-feira (13/11), localizada na avenida Djalma Batista, 3.578, Flores.
O coordenador do projeto, Prof. Dr. Sergio Duvoisin Junior, foi o responsável por explicar os resultados garantidos no decorrer da quarta expedição da campanha, ocorrida entre o final de setembro e início de outubro e que durou dez dias. Segundo ele, o trabalho da universidade tornou-se fundamental para estudar a dinâmica do rio. O objetivo é recolher análises para verificar a qualidade da água, identificar os problemas ou os causadores e passar a informação para a gestão pública solucionar.
De acordo com o pesquisador, não pode ocorrer ingestão da água natural pela população por conta da presença de pequenas quantidades de coliformes termotolerantes, sendo bactérias relacionadas a infecções intestinais. Entretanto, esse problema pode ser solucionado com o tratamento básico de hipoclorito. Já em relação a banhos, as bacias estão em um ótimo estado para a diversão de todos.
No que se refere a outras substâncias, a equipe do programa identificou 13 tipos de metais solúveis e 15 tipos de metais em suspensão. Diferente do rio Madeira, não foi encontrado mercúrio nas análises do rio Negro. O professor afirmou que a produção de dados do GP-QAT é suficiente para a formação de alunos de pós-graduação na área de monitoramento ambiental e gestão ambiental.
Para identificar a qualidade das amostras recolhidas, o Grupo de Pesquisa Química Aplicada à Tecnologia (GP-QAT) criou o Índice de Qualidade para Rios de Águas Negras da Região Amazônica, pois existem 3 tipos de águas na região: águas negras, águas brancas e águas cristalinas. Esse índice passará pela aprovação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CEHR) para ser oficialmente usado nesses projetos.
A pesquisa é de suma importância para o estado do Amazonas, pois “essa ferramenta, disponibilizada pela UEA, é muito poderosa para solucionar os problemas da qualidade do rio. Então, devemos passar isso para a gestão pública”, finalizou Duvoisin.
Sobre o ProQAS
O ProQAS, desenvolvido pela UEA, atualmente possui 15 projetos que monitoram o ambiente na região amazônica. É financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e pela Secretaria do Meio Ambiente.