MANAUS (AM) – O deputado estadual e coronel reformado da Polícia Militar do Amazonas, Dan Câmara (Podemos), disse em entrevista nesta semana que é a favor do uso de câmeras nos uniformes de policiais militares. O ex-comandante da PM entre os anos 2008 e 2011 já foi alvo de denúncias como homicídio, tráfico de drogas e furto, conforme denúncia no Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM).
“O emprego de tecnologia é sempre bem-vindo. Ela tem o objetivo de defender o policial que atua dentro da regra do jogo de denúncia de possíveis excessos”, defendeu ele, na ocasião, afirmando que o policial não deve ter medo.
Conforme investigações do Centro de Apoio Operacional de Inteligência, Investigação e de Combate ao Crime Organizado (Cao-Crimo), Dan Câmara e outros policiais praticaram vários crimes na época. Dan foi exonerado e o também coronel Almir Davi Barbosa, que depois assumiu o comando, praticou crime de responsabilidade por “não proceder corretamente” quando teve acesso aos indícios de ilegalidades cometidas por Dan e os seguintes PMs: tenente-coronel Felipe Arce Rio Branco; capitão Renildo Lamongi Moura; capitão Juan Pablo Moraes Morrilas; cabo Jarles Rodrigues do Espírito Santo e Soldado Jurciley Rodrigues do Espírito Santo.
Câmara também foi alvo de outra investigação no âmbito do MP-AM, junto com o PM Anézio Paiva de Brito, por maus-tratos. O Procedimento Investigatório Criminal (PIC), de número PIC 210.2009., que tramitava na 61ª Promotoria Especializada No Controle Externo da Atividade Policial (Proceap), foi arquivado em 9 de abril de 2019.
Já em 2017, Câmara foi investigado por prevaricação, a partir de procedimento investigatório criminal instaurado através da portaria nº047.2016.60.1.1.1118353.2015.47737, do MP-AM. Mais recente, em 2 de janeiro deste ano, o Diário Oficial do MP-AM publicou o arquivamento de procedimento investigatório criminal que tratava do controle externo de atividade policial, citando Câmara, Felipe Arce Rio Branco, Renildo Lamongi Moura, Juan Pablo Morals Morrillas e Jarles Rodrigues Espírito Santo. O motivo: “extinção de punibilidade pela prescrição”.
Em 2011, após as várias denúncias e somando a de abuso de autoridade, Dan Câmara foi exonerado. Na época, a PM entrou em crise quando imagens mostraram um adolescente de 14 anos sendo agredido e baleado durante operação no bairro Amazonino Mendes, Zona Leste de Manaus. O coronel investigava o caso, que causou revolta na população. A criminalidade também estava muito alta.