MANAUS (AM) – Um novo desdobramento envolvendo a deputada estadual Débora Menezes (PL) e a delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), foi divulgado. Segundo a apresentadora Lomittas, um print de um restaurante mostra que a parlamentar supostamente cortou refeições de cortesia para a delegacia após atrito com a delegada.
Joyce Coelho pediu para deixar seu cargo na última quinta-feira (16) e, sem citar nomes, disse que estava se sentindo “desrespeitada” na delegacia. Em conjunto, foi observado que a deputada, que não é policial e nem membro de nenhuma comissão a favor de crianças e adolescentes, começou a participar de coletivas de imprensa sobre casos onde não participou nem ajudou.
Agora, um print divulgado mostra um restaurante identificado como “Peixaria da Garagem” informando que a assessoria havia suspendido o fornecimento de quentinhas para a Depca, tanto para funcionários e vítimas que eram acolhidas. A cortesia seria pelo trabalho feito pela delegada e os policiais, mas Joyce teria percebido que Débora estava usando isso como forma de tentar ficar na delegacia como “moeda de troca”.
“Delegada Joyce, como já recebeu e recebe ajuda anônima de parlamentares, aceitou [a oferta de Débora com a alimentação] e achou que seria mais uma contribuição apenas. Mas a partir desse momento, Débora começou a se sentir no direito de aparecer em algumas coletivas de imprensa, participar de algumas diligências, ter acesso a algumas informações, e delegada Joyce percebeu que sua delegacia estava sendo usada como moeda de troca, sem o seu consentimento. Ela compartilhou para a deputada que não gostava daquilo e deixou bem claro que não gostava dela nas coletivas. Quando a delegada falou isso para a deputada, no outro dia as alimentações foram suspensas”, afirmou Lomittas no Instagram.
Após isso, a parlamentar supostamente ainda tentou permanecer nas coletivas até que a situação ficou insustentável. Débora nega ter sido a motivação de Joyce e compartilhou uma nota da Polícia Civil do Amazonas negando interferência parlamentar.
“Não houve qualquer ingerência ao trabalho investigativo da Depca. Esses fatos são inverídicos, isso não é verdade. Nós zelamos pela autonomia dos trabalhos investigativos. A Polícia Civil atua com transparência e com total integridade no enfrentamento à criminalidade. Agora, nós ressaltamos à sociedade civil, à população e aos parlamentares que todo apoio será sempre bem-vindo quando findarmos o nosso trabalho investigativo”, disse o delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga.
A delegada, desde que deixou o cargo à disposição, ainda não falou sobre o assunto oficialmente, mas tem compartilhado nas redes sociais mensagens de apoio de instituições que pedem sua permanência na delegacia e que criticam políticos que se apropriam da causa a favor das crianças e adolescentes vulneráveis por motivos eleitorais.
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