MANAUS – AM | O delegado Gustavo de Castro Sotero saiu da cadeia, na Delegacia Geral, onde estava preso. Sotero havia sido condenado a 30 anos de prisão em regime fechado.
A Polícia Civil informou nesta quinta-feira (2) que a soltura dele aconteceu por determinação do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM).
Em nota, o TJAM informou que concedeu a Sotero a progressão de regime do fechado para o semiaberto, de acordo com o sistema de cálculos de pena do Conselho Nacional de Justiça.
No caso de Sotero, ele deverá ficar em prisão domiciliar, até que sejam decididas as condições em que cumprirá o regime semiaberto. O órgão ressaltou que a progressão de regime para o semiaberto não representa “soltura” do preso. Os apenados do semiaberto, no Amazonas, ficam sob monitoramento eletrônico.
Delegado ainda recebe mais de R$ 21 mil
O delegado foi condenado em regime fechado pela morte do advogado Wilson Justo Filho. O crime ocorreu no dia 25 de novembro de 2017 em uma casa noturna na zona oeste de Manaus.
Sotero também foi condenado a perder o cargo público que ocupava. No entanto, o G1 apurou que, mesmo sendo condenado a perder o cargo público, o delegado continua na lista de servidores da Polícia Civil, como consta no portal da transparência, apto a receber salário. Em julho deste ano, o nome de Sotero ainda aparece com uma remuneração de mais de R$ 21 mil.
No julgamento, que ocorreu em novembro de 2019 e durou três dias, a Justiça decidiu que o delegado respondia pelos seguintes crimes: Homicídio qualificado privilegiado do advogado Wilson; Homicídio privilegiado tentado; Lesão corporal de duas pessoas, incluindo a esposa do advogado.
No dia do júri, Sotero respondeu a interrogatórios do juízo e da acusação. Imagens do momento do crime na casa noturnas foram exibidas ao réu. O delegado afirmou que foi agredido pela vítima e por um amigo do advogado e que chegou a colocar a mão nele (vítima) para que ele parasse com as agressões.
Relembre o caso
Após uma confusão dentro da casa noturna, Sotero efetuou disparos de arma de fogo que resultaram na morte do advogado Wilson de Lima Justo Filho e deixou outras três pessoas feridas, a mulher do advogado e um outro homem.
No dia 29 de novembro de 2019, Sotero foi condenado a mais de 30 anos de prisão e a perda do cargo de delegado. Em relação à morte de Wilson Justo, o réu teve a pena fixada em 15 anos e 10 meses de reclusão.
Conforme a sentença, Sotero cometeu crime de lesão corporal contra Fabíola Rodrigues, esposa de Wilson, que resultou na pena de 3 anos e 6 meses de reclusão. Já a lesão corporal contra Yuri José Paiva resultou em 2 anos e 6 meses.
Em relação a Mauricio Carvalho, Sotero teve a pena fixada em 8 anos e quatro meses de reclusão, somando definitiva a pena de de 30 anos e 2 meses de reclusão.
Conforme a decisão, Gustavo Sotero cometeu homicídio privilegiado com duas qualificadoras, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O motivo fútil foi negado.
Em nota, a defesa de Sotero informou que a decisão foi assertiva e tomada diante do bom comportamento do delegado.
“A defesa técnica do Delegado de Polícia Civil, Gustavo Sotero, entende que a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas em deferir o pedido da defesa para progressão de pena foi assertiva. A decisão reconhece o bom comportamento e a boa conduta de Gustavo Sotero. A defesa reforça que Gustavo Sotero sempre de foi um homem correto, cumpridor da lei e com a reputação de um delegado que serviu e protegeu a sociedade amazonense de forma exemplar”, declarou.