Manaus – Deputados de oposição defenderam, ontem, durante sessão na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), uma investigação mais aprofundada sobre a relação do governador do Amazonas, José Melo (PROS), com o assassinato do estudante Alexandre Cezar Ferreira, executado com um tiro na cabeça, em fevereiro do ano passado. Alexandre foi morto após ter seu nome relacionado a um protesto contra Melo, na ALE. As informações são do D24am.
Alexandre era suspeito de ter sido o autor intelectual de um protesto em que o militante Hinaldo de Castro Conceição, 20, jogou notas falsas de R$ 100 no governador José Melo, no dia 1º de fevereiro de 2016, quando este se preparava para fazer seu discurso de reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa do Estado (ALE).
O Ministério Público do Estado (MP-AM) pediu à Justiça do Amazonas que envie o processo de assassinato de Alexandre para apreciação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando que “pairam dúvidas sobre o possível envolvimento de detentores de foro por prerrogativa de função”. Também foram citados no processo o irmão do governador, Evandro Melo, ex-secretário de Estado, e o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Marcus James Frota Lobato, segundo relatório da Polícia Civil (PC).
Veja os documentos:
A deputada Alessandra Campelo (PMDB) pediu que as investigações sobre o crime não parem. “Cabe ao STJ esse tipo de decisão. O que eu podia fazer, já fiz, que era tornar público o envolvimento de pessoas ligadas ao governo. Estou sendo muito prejudicada com isso. Desde a semana passada, estou andando com escolta e carro blindado, pois estou sendo perseguida”, disse.
O deputado José Ricardo (PT) chamou o caso de “gravíssimo”. “Uma pessoa foi assassinada e o nome do governador foi envolvido. O Ministério Público deve continuar investigando e fazendo isso mais a fundo. Isso deve ser esclarecido”.
O deputado Bosco Saraiva (PSDB) defendeu uma investigação ampla do caso que ele considerou grave. “É preciso investigar tudo e ir fundo. Seja de quem for. A investigação deve proceder e tudo ficar esclarecido”, disse.
O deputado Luiz Castro (Rede) disse que espera que o governador seja inocente, mas ressaltou que pessoas ligadas a Melo podem ter participado do crime com o intuito de defender o governo. Ele disse, ainda, que não acusa o governador, mas que, após analisar os autos, considera que o ex-secretário Evandro Melo é suspeito. “Espero muito que tudo seja esclarecido. Eu não acredito que o governador tenha feito isso, mas as pessoas ao seu redor podem cometer atos insanos. Há suspeitas sobre secretários e o ex-comandante”, disse o deputado.