MANAUS – AM | Depoimentos do vice-governador do Amazonas e de ex-integrantes da cúpula da Secretaria de Saúde do Estado sobre a compra dos respiradores superfaturados tornam a situação de Carlos Almeida ainda mais delicada.
Em diálogos divulgados ontem, 19, no Jornal Nacional, o ex-secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, o secretário executivo, João Paulo, e o secretário responsável pelo Fundo Estadual de Saúde (FES), Perseverando Garcia, sustentam a tese da PF de que houve sim uma trama para direcionar o negócio de quase R$3 milhões. Os três são homens de confiança de Carlos Almeida.
Nos áudios revelados pelo Jornal Nacional, Tobias diz a Perseverando que a compra dos respiradores deve ser feita de um determinado empresário, “grande, que tem bala na agulha’’. Em outro momento, Perseverando questiona: “por que não fazemos uma licitação fantasma? É melhor’’. Todos os diálogos foram flagrados em um grupo de whatsapp chamado “Só nós”, em que o trio participava.
Durante a primeira fase da Operação Sangria, Carlos Almeida acreditou que não seria alcançado pelas investigações da Polícia Federal. Na segunda fase da Operação, o vice-governador do Amazonas foi alvo de busca e apreensão na casa dele, no gabinete na Sede do Governo e em escritório em prédio comercial que usou para reuniões mais reservadas.
Na residência de Almeida, a Polícia Federal apreendeu acessórios de marcas de luxo, conforme divulgou o portal UOL. Com valores na casa dos R$ 8 mil, cada, seriam incompatíveis com a renda do vice-governador, ou seja, de R$ 20 mil líquidos mensais, conforme aponta o Portal da Transparência do Governo estadual.