Manaus – Na manhã desta quinta-feira (6), por volta das 8h, uma confusão envolvendo alunos do Colégio da Polícia Militar do Amazonas (CMPM-1), em Petrópolis, Zona Sul de Manaus, resultou em uma agressão à dona de casa Roberta Pinto, 35, que alega ter recebido um soco no rosto, dado pelo diretor da instituição, o tenente coronel Ronaldo César Gomes.
De acordo com a vítima, o fato aconteceu após o filho dela, uma criança de sete anos, que cursa o segundo ano do ensino fundamental no CMPM-1, ter sido apontado pela direção da escola como sendo o possível autor de uma mordida na coleguinha de turma.
“Fui intimada pela direção da escola a participar de uma reunião. Quando cheguei no local soube da confusão envolvendo meu filho e a colega dele de turma. Em nenhum momento eles se propuseram a ouvir a versão do meu filho. Eu sempre pedindo pra eles ouvirem os dois lados, mas isso não aconteceu, foi quando eu comecei a ser agredida”, contou.
Ainda de acordo com a vítima, durante a reunião o diretor da escola, na companhia de mais dois policiais militares, trancou a porta da sala. A dona de casa diz que, na sequência, os militares começaram a gritar no intuito de intimidá-la. “Eles ficavam gritando ‘aqui é polícia, você tem que respeitar’.
Um deles, o soldado Paulo Sérgio, chegou a apontar o dedo no meu rosto. Já o outro agente, uma policial militar, quando percebeu que eu estava gravando tudo com o celular, partiu para cima de mim e começou a me empurrar até conseguir tirar o aparelho das minhas mãos”, revelou a dona de casa declarando que na ocasião o diretor da escola, o tenente coronel Ronaldo César Gomes desferiu um soco contra o rosto dela.
O marido da vítima, José Pinto, 36, informou que o filho já recebeu advertências por estar envolvido em outras duas ocorrências do mesmo tipo. “Meu filho já foi punido outras duas vezes, a última foi há dois dias. Ele está em período de provas e não tem reposição de trabalhos ou notas quando há suspensão. Quando a mãe dele chegou na escola, o menino já estava sendo suspenso de novo”, informou o José.
Ainda de acordo com o pai da criança, após o ocorrido, a direção da escola solicitou apoio policial e conduziu a esposa dele até a sede do 3º Distrito Integrado de Polícia (DIP), naquela mesma região da cidade. “Ela foi conduzida como acusada. Ela apanhou, foi agredida com um soco no rosto e ainda vira réu?” questionou José à equipe de reportagem do EM TEMPO.
Versão da polícia
Em nota a PM informou que está acompanhando o incidente e destacou que “a mãe do aluno desacatou, agrediu e insultou funcionários da instituição depois que foi acionada para responder pelo mau comportamento que seu filho praticou em sala de aula”. Por fim, a instituição revelou que o aluno será submetido a medidas disciplinares e ficará suspenso por dois dias.
O tenente coronel da PM e gestor da escola compareceu até o 3º DIP, para registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) por desacato à autoridade. Em depoimento na sede da unidade policial os funcionários do colégio informaram que Roberta Pinto ameaçou a criança que foi mordida pelo filho dela e, ao perceber o corrido, o policial Paulo Sérgio Souza repreendeu a mãe que começou a desacatar a autoridade.
De acordo com informações apuradas com a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Amazonas, o registro gerou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e os envolvidos foram liberados. Já a dona de casa, Roberta Pinto, registrou B.O por crime de lesão corporal cometido pelo diretor da escola, o tenente coronel Ronaldo César Gomes.
O caso será investigado e, posteriormente, deverá ser encaminhado à justiça para que os procedimentos cabíveis sejam adotados de acordo com a Lei.
As informações são do Jornal Em Tempo.