SÃO PAULO | Um idoso morreu em Peruíbe, no litoral de São Paulo, após esperar mais de seis horas por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Uma moradora que estava no local relata que ele faleceu gritando, com dores, caído no chão de um bar, e que os cachorros de estimação dele ficaram junto ao corpo, o protegendo, sem deixar ninguém se aproximar.
Conforme a dona de casa Andrea Nunes Gonçalves, de 50 anos, ela passava em frente ao estabelecimento quando ouviu os gritos de Damião de Almeida, de 68 anos, e parou para ajudar.
O dono do bar e um outro homem que estava no local informaram que Damião estava reclamando de muitas dores nas costas, e que acionaram o Samu, por volta das 9h30, mas que, quatro horas depois, o atendimento ainda não havia chegado. Andrea ligou novamente para solicitar atendimento, pedindo urgência. Segundo ela, o médico chegou a perguntar o que o idoso tinha, mas eles não souberam informar.
Após uma hora, o homem que havia ligado às 9h30 voltou a ligar, já que o atendimento não havia chegado. Porém, segundo a dona de casa, um atendente do serviço de saúde afirmou que “ninguém morria de dor”, e que havia atendimentos mais urgentes a serem realizados.
“Um descaso total. Ainda depois, a polícia chegou e perguntou por que não socorremos, mas eu não dirijo, não tínhamos como levar ele, a ambulância tinha que ter vindo. Só veio depois que ele morreu, mas era tarde demais. Ele estava se debruçando e gritando de dor, morreu ali no chão de um bar, sozinho, sem socorro. E quando ligamos, antes de ele falecer, o atendente ainda disse que ninguém morria de dor”, conta.
Após a morte do idoso, pouco antes das 16h, o Samu chegou ao local e tentou reanimá-lo, sem sucesso.