Manaus – Duas semanas após a maior a rebelião do Amazonas, vendedores ambulantes de Manaus começaram a comercializar um DVD ‘pirata’ que reproduz vídeos do massacre ocorrido no último dia 1º, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), que deixou um saldo de 56 mortos e 255 presos foragidos.
Ao dar o play no DVD, a tela inicial mostra ao telespectador as opções de vídeos que pode escolher para assistir e, ao fundo, a trilha do produto é o funk feito pela facção responsável pelo massacre, a Família do Norte (FDN). Além dos vídeos, também é exibido um vídeo com a matéria que foi ao ar no Fantástico sobre a chacina, no dia 8 deste mês.
A reportagem percorreu vários pontos do Centro da capital amazonense a procura de uma cópia do DVD, mas, segundo os vendedores, o produto já estava em falta porque tem sido um sucesso de vendas.
“Acabou no mesmo dia que chegou. Vendeu igual água. As pessoas gostam de ver desgraça”, disse uma ambulante que preferiu não se identificar.
Um outro vendedor do Centro da cidade, que também não quis dar o nome, falou que foram deixados no local 500 cópias do DVD para serem vendidos pelo valor de R$ 2 pelos ambulantes que atuam na localidade.
A reportagem só conseguiu uma cópia do DVD em uma barraca ao lado do mini shopping da Compensa, na avenida Brasil, Zona Oeste. No local, o produto estava sendo revendido a R$ 3.
“Essa é a última cópia. Quando chegou, começamos a gritar ‘olha o DVD do massacre do Compaj’ e as pessoas se aproximaram e começaram a comprar”, contou o vendedor.
Ele disse ainda que já foram feitas novas encomendas. “Como vendeu bem, encomendamos mais cópias. Acredito que vai chegar amanhã (terça-feira) e vai ser sucesso de vendas novamente”, disse, otimista.
Rebelião
O massacre no Compaj durou 17 horas e deixou 56 mortos. Desses, 30 foram decapitados.
A rebelião foi uma briga entre as facções rivais Família do Norte (FND) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) e foi considerada pelas autoridades policiais, como a maior já registrada no Amazonas. No dia 2 de janeiro, em outra rebelião, foram mortos quatro presos na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), situada na Zona Leste.
Seis dias depois, mais quatro presos foram mortos em outro motim. Dessa vez, na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus.
Com informações Em Tempo.