MANAUS – AM | A Advocacia Geral da União (AGU) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o governo federal sabia da crise de falta de oxigênio em Manaus desde o dia 8 de janeiro, uma semana antes de o sistema da capital entrar em colapso, com pacientes morrendo por asfixia.
“A partir do conhecimento dessa informação, houve alteração da programação da visita do secretariado do Ministério da Saúde a Manaus, que passou a envolver a inspeção das localidades de armazenamento e manejo de oxigênio hospitalar”, afirmou o advogado-geral da União, José Levi Mello.
A empresa em questão é a White Martins, uma das maiores fornecedoras de oxigênio no estado. Em comunicado na semana passada, a empresa havia dito que informou o governo do estado e o governo federal sobre o “crescimento imprevisível e exponencial da demanda” no início do mês.
Pazuello ficou em Manaus com equipe do ministério até quarta-feira (13), um dia antes de o sistema entrar em colapso. A visita se deu diante do aumento de casos e mortes por covid-19, e a pasta foi ao local para anunciar medidas de enfrentamento à pandemia. Na segunda-feira (11), em pronunciamento, o ministro afirmou que atenderia 100% da demanda na região e citou a falta de oxigênio.
“Estamos vivendo crise de oxigênio? Sim. De abertura de UTIs? Sim. De pessoal? Sim. A nossa saúde de Manaus já começa com 75% de ocupação. Qual é a novidade? Então, é muito importante medidas que diminuam a entrada (hospitalar). Precisa tomar medidas para reduzir a entrada nos hospitais de outras doenças”, disse.
Conforme informações prestadas por José Levi, o “iminente colapso” já era de conhecimento do Ministério da Saúde desde os dias 3 e 4, quando foram realizadas reuniões de uma comitiva do Ministério em Manaus com gestores estaduais e municipais. A decisão por enviar uma comitiva se deu ainda no fim do ano de 2020, diante do aumento de hospitalizações.
Foi aberta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no último domingo (17) uma apuração preliminar para avaliar a conduta de Pazuello no Amazonas, analisando eventual omissão. O ministro tem 15 dias para responder.