MANAUS – AM | O governador do Amazonas Wilson Lima (União Brasil), que também concorre à reeleição, afirmou, em entrevista nesta quinta-feira, 15, que recebeu um sistema de saúde “sucateado” ao assumir o Executivo, em 2019. A carência teria agravado ainda mais a pandemia da Covid-19 no Estado, ficando quase impossível atender a todas as demandas durante a crise.
O governador lembrou que foi necessário nadar contra a maré para criar mais Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e enfrentar a falta do oxigênio na segunda onda da pandemia.
O governador afirmou que a situação foi um “negócio que ninguém esperava que pudesse acontecer”, quando o consumo diário de oxigênio aumentou de 20 mil metros cúbicos para 75 mil metros cúbicos por dia, levando à crise do oxigênio que sensibilizou o país.
“Eu recebi um sistema sucateado. Sabe quantas usinas de oxigênio tinha na rede pública do Amazonas? Nenhuma usina de oxigênio. Hoje, tem 45 usinas de oxigênio. Hoje, tem 30 municípios com autonomia para abastecimento de oxigênio”, declarou ele.
Ainda sobre a estrutura de saúde no interior, Wilson Lima lembrou a instalação de UTIs em municípios. “A gente já colocou UCIs [Unidades de Cuidados Intermediários] em todos os interiores, e quando eu falo que coloquei UTI, eu falo de UTI. Colocamos 11 no município de Parintins, dez em Tefé e dez em Tabatinga. Essas UTIs já atenderam, aproximadamente, 400 pacientes”, afirmou.
Ainda no âmbito da saúde, Wilson Lima falou sobre as obras do Hospital do Sangue, que foram retomadas apenas em 2019. A obra começou em 2014, sendo paralisada em 2017, após a construtora da época desistir.
A continuidade veio no primeiro ano da gestão de Lima, quando o Estado assumiu unilateralmente o aditivo de R$ 9 milhões necessários para a conclusão.
“Todos os governadores que passaram nesse período só entregaram 30%. A obra civil dela está pronta, o que falta hoje é a questão de subestação de energia elétrica, a montagem do imobiliário. Já fizemos um processo seletivo para aumentar o número de servidores e ele já funciona mês que vem”, disse.
O governador também falou sobre a Zona Franca e sobre os decretos do Governo Bolsonaro que a colocaram em risco e desvantagem.
“Eu tenho um alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro, não concordo com a política econômica do Ministério da Economia, principalmente no que diz respeito à Zona Franca de Manaus. Tenho tido um diálogo muito importante para gente proteger a Zona Franca de Manaus, e no momento em que cessam as possibilidades dos diálogos, eu fiz como tenho feito. Vou para Justiça porque eu vou defender acima de qualquer coisa o Estado do Amazonas”, defendeu.
Sobre o meio ambiente, o governador falou sobre as ações do governo no combate ao desmatamento e queimadas no Estado.
“80% dos focos de queimadas no Estado do Amazonas são de terras que não são do Estado, são de terras federais e terras não destinadas. Nos outros, menos de 20% que pertencem ao governo do Estado, a gente tem diminuído esses números. Eu tenho um batalhão de 230 homens no Sul do Amazonas, de prontidão. No momento em que é identificado um foco de queimada, a gente age para combater isso daí”, disse o governador.