O Governo do Amazonas já identificou, somente na manhã desta segunda-feira (02/03), imóveis de 179 famílias que moram na ocupação irregular Monte Horebe, na zona norte de Manaus. Mais de 180 servidores do Estado e da Defensoria Pública (DPE-AM) atuam no atendimento dos moradores da área, que está sendo desocupada, em uma ação que teve início nesta segunda-feira (02/03). “É a primeira vez que o Estado realiza um processo de reintegração priorizando o social”, disse a titular da Secretaria de Estado de Justiça, Direito Humanos e Cidadania (Sejusc), Caroline Braz.
O trabalho das equipes está dividido entre ações de campo, com a “selagem” de casas que estão sendo visitadas, e de orientação e atendimento das famílias no Colégio Militar da Polícia Militar VI (CMPM VI), no Residencial Viver Melhor. Em cerca de quatro horas, 179 famílias tiveram seus imóveis identificados pela equipe de “selagem”, que realiza o trabalho de marcação das casas, com códigos que indicam imóvel ocupado ou vazio, e de cadastro inicial das famílias encaminhadas ao CMPM VI. Essa equipe é formada por técnicos da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), Defesa Civil, Bombeiros, Secretaria de Cultura e a Unidade de Gestão Integrada (UGI), vinculada à Casa Civil.
A Secretaria de Educação e Desporto e a Defensoria Pública do Estado (DPE-AM) atuam na orientação das famílias no CMPM VI e, no atendimento social, há servidores da Sejusc, Secretaria de Estado de Assistência Social Seas, Superintendência Habitacional no Amazonas (Suhab) e UGI.
“É muito importante que a família vá até o colégio para fazer o cadastro social. Não é necessário se preocupar porque nós estamos identificando as residências que estão sendo cadastradas. Essas residências terão todo um prazo observado, essas famílias não precisam se desesperar, pois cada residência cadastrada terá sua solução de moradia individualizada”, assegurou Caroline Braz, ao ressaltar que as demolições que acontecem nesta segunda-feira são de edificações vazias que não eram utilizadas como moradia.
Esperança – As famílias que estão fazendo o cadastro alimentam esperança de moradia em condições dignas. É o caso de Ruth Ribeiro, 55 anos, autônoma, natural de Santarém (PA). Ela disse que mora no local há um ano e oito meses. “Tô querendo sair daqui já resolvida no caso lá de onde eu tô morando. Ter um outro local, uma moradia digna, né. Peço a Deus que dê tudo certo”, disse, ao completar o cadastro no atendimento feito no CMPM VI.
“Minha esperança, em nome de Jesus, é sair daqui com minha questão resolvida. Preciso, né? Preciso ter uma moradia digna né meu amigo”, diz Ladir Fonseca, de 46 anos, nascido no município de Novo Aripuanã, e que trabalha como frentista. “A invasão não tinha segurança nenhuma e era do jeito como todas as invasões são, todas. Uma invasão não é diferente uma da outra, todas são iguais. Então é isso aí. Ninguém não sabe se vai dar certo hoje ou amanhã. Mas moradia boa, todos precisam que tão lá”, ressalta.
Acordo para soluções de moradia – Na manhã desta segunda-feira, o governador Wilson Lima anunciou que as famílias a serem retiradas do Monte Horebe, que não têm onde morar, receberão auxílio-aluguel no valor de R$ 600 até que a solução de moradia definitiva esteja concluída. Para assegurar o benefício e a solução de moradia, as famílias deverão firmar um termo de acordo, que será assinado pelo morador, e representantes da Defensoria Pública do Estado, Procuradoria Geral do Estado e Superintendência Estadual de Habitação.