MANAUS-AM| “ Estou me sentindo num grupo de terrorista”. Essa foi uma das inúmeras mensagens em que a polícia do Amazonas, através da Divisão de Repressão ao Crime Organizado, conseguiu interceptar de um grupo denominado “Vem para Rua”, que pretendia fazer um ato terrorista nos próximos dias, no Amazonas. A denúncia foi feita nesta sexta-feira (17), e tinha como objetivo atear fogo em veículos de passeio e ônibus do transporte coletivo da capital, causando o caos na cidade.
Nas mensagens do grupo, os integrantes discutiam sobre o ataque e pretendiam fazer o ato “Black Bloc”. Em trechos de áudios interceptados pela polícia, um dos integrantes do grupo comenta sobre a forma como o ataque tinha que ser feito. ” o correto é: viu que algum transporte público esteja cacareco de mau funcionamento e lógico com abordagem agressiva mas não agredindo condutor e o cobrador do veículo e … pedir com que ele se retire do ônibus e ateie fogo nele… fazer esse gesto mais agressivo. E isso que tô querendo colocar.” concluiu o integrante do ataque.
Nos áudios, eles citam ataques terroristas em hospitais com infectados do novo coronavírus, a sede do Governo e patrimônios públicos, afim de chamar atenção para conseguir o impeachment do Governador Wilson Lima e o vice-governador, Carlos Almeida. Nas gravações, o deputado Estadual, Wilker Barreto, é citado, onde membros do grupo que conversavam sobre o movimento, diz que o deputado Estadual está lutando e fazendo o possível para ajudar a tirar os atuais governantes do amazonas do poder e denominou Carlos Almeida de “advogado do Diabo”.
Há também posts em redes sociais chamando para concentração para uma carreata e uma postagem no perfil do coronel da reserva Ubirajara Rosses, em que ele diz: “a máquina não para assim como a vontade da população de limpar nosso estado…”, com a imagem dele próprio ao lado de uma impressora com dezenas de adesivos impressos “Fora Wilson Lima”. O coronel que é pré-candidato a vereador das eleições desse ano, é citado como o responsável por conseguir as armas de fogo para o ato terrorista.
A Polícia Militar do Amazonas informou que na última quarta-feira (15), o tenente-coronel Rosses prestou esclarecimentos à corporação a respeito do seu suposto envolvimento no caso e após os devidos esclarecimentos suas declarações foram anexadas e encaminhada para o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado.
Confira o áudio:
O Serviço de Inteligência do Estado atua junto à Polícia Civil, na identificação das pessoas que planejam promover os atentados e assim que concluída a investigação, as medidas judiciais serão adotadas.