MANAUS – AM | O governador Wilson Lima e demais governadores dos estados da Amazônia Legal se reuniram nesta quinta-feira (02/04), por videoconferência, com o vice-presidente Hamilton Mourão, para tratar do plano de ações do Conselho da Amazônia, conforme planejado pelos membros do fórum no último dia 25 de março. Na reunião, Wilson Lima sugeriu integração de estados, em articulação com o Governo Federal, para compra compartilhada de medicamentos e insumos para enfrentar a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“Esse momento aqui é muito oportuno em relação a nossa preocupação com a floresta amazônica. Agora a gente está enfrentando a pandemia do novo coronavírus, quando saírmos desse problema, nós vamos entrar, aqui no Amazonas, no período de estiagem e é exatamente neste período onde há a maior incidência de queimadas”, disse o governador Wilson Lima durante sua participação na reunião.
Mourão, que é presidente do Conselho, viajou pela Amazônia Legal e reuniu com os governadores para levantar as demandas dos estados. Nesta quinta-feira, ele informou que todas as necessidades apresentadas foram encaminhadas aos ministros das pastas que integram o Conselho.
Comissão – Uma das ações apresentadas pelo vice-presidente aos governadores, durante a reunião, foi a criação de uma subcomissão de Saúde e Cidadania dentro do Conselho, que vai acompanhar o enfrentamento ao Covid-19 na Amazônia Legal.
“Eu sugeri que houvesse uma articulação dessa subcomissão com um grupo para tratar das questões da saúde, já criado pelo Consórcio da Amazônia. Inclusive dentre as ações que esse grupo está tomando, está a compra compartilhada de produtos e de medicamentos na área de saúde. Hoje todos nós estamos enfrentando uma dificuldade muito grande para adquirir insumos como máscaras, álcool em gel, outros equipamentos de proteção individual, para conseguir respiradores.
A comissão com essa força será mais fácil para que a gente possa combater o novo coronavírus”, afirmou Wilson Lima.
Economia e desmatamento
Hamilton Mourão também apresentou aos governadores um plano estratégico para avançar na proteção à Amazônia. Nesse aspecto, Wilson Lima ainda pediu concentração de esforços no combate ao desmatamento pós pandemia, tendo em vista o impacto na economia.
“A expectativa é de que aqui no Estado do Amazonas nós tenhamos o fim dessa questão do coronavírus em meados de junho, que é o período que coincide com o início da estiagem. Como nós vamos estar num trabalho de recuperação da atividade econômica, o que tememos é que haja uma pressão muito grande sobre a terra, e aí naturalmente que pode haver uma quantidade maior de queimadas em relação ao ano de 2019. Então nós estamos trabalhando para se antecipar a essas questões”, explicou Wilson Lima
Além dos governadores, os secretários de meio ambiente dos estados também acompanharam a reunião. “Vale destacar também que a Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente), mesmo com toda essa atenção necessária às questões do Covid-19, também tem acompanhado a evolução de dados de queimada e desmatamento no Estado já para prever a execução do recurso do Fundo Petrobras que veio ao Amazonas”, explicou o secretário da pasta, Eduardo Taveira. Ao todo foram R$ 56 milhões para serem usados na estratégia de redução de queimadas
O Amazonas registrou redução pelo segundo mês consecutivo no número de queimadas. Nos meses de fevereiro e março de 2020, o estado teve uma diminuição de 27% no número de focos de calor em relação ao registrado nos mesmos meses do ano anterior. Segundo dados analisados pela Sema, foram 150 focos nos dois últimos meses, contra 204 em igual período de 2019.
Por meio de sua Sala de Situação, a Sema monitora diariamente os dados de focos de calor disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O monitoramento faz parte das ações do Comitê Estadual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, Controle de Queimadas e Monitoramento da Qualidade do Ar, coordenado pela secretaria.