MATO GROSSO | Começou a circular nas redes sociais nesta quinta-feira (9) um vídeo onde um homem agride um morador de rua com tapas no rosto, em Sinop, no Mato Grosso.
O agressor foi identificado Adonias Correia Santana, um madeireiro de Tabaporã, que acumula 22 processos. Nas imagens, Santana pergunta para o morador de rua se ele estaria com fome e lhe oferece uma nota R$ 20.
O vídeo mostra Adonias conversando com um pedinte. Ele aborda o homem, pergunta quanto ele consegue ganhar na rua por dia e, em, seguida, pergunta se deseja ter R$20. Logo depois, outro homem, que está filmando, fala para que o madeireiro dê mais R$50. Com uma nota de R$5 na mão, Adonias pede para que o homem chegue mais perto. Neste momento, lhe dá um tapa no rosto, e diz “Vai trabalhar, vagabundo!”. O pedinte fica sem reação.
O vídeo foi compartilhado em diversas páginas de todo o Brasil, causando indignação. As pessoas revoltaram-se por um ato deste, principalmente em meio a uma pandemia e recessão econômica.
JUNINHO PERNAMBUCANO ANUNCIA AJUDA
O vídeo chegou até o ex-jogador e comentarista Juninho Pernambucano, que através das redes sociais, anunciou que vai ajudar o morador de rua, que também é dependente químico.
“Anderson é dependente químico, antes de criticá-lo, saiba que na maioria das vezes, o caminho das drogas, é o único que é capaz, para muitos, de trazer algum prazer em estar vivo. Não incentivo ninguém a usar, mas não me acho no direito de dizer o que cada um deve fazer com seu corpo, pois a única coisa intocável que você tem, é sua vida, sua liberdade, mesmo que seja pra fazer mal a você mesmo.
Sou contra a política violenta de combate às drogas, já provado que não traz resultados esperados. Tenho mais opinião sobre esse assunto, mas não vou me alongar. E repito, não incentivo ninguém a usar. Tenho três filhas e uma neta e conversamos sobre tudo sem tabu. Não escondemos nossos sonhos e desejos humanos, como todos tem pois assim é mais fácil, entender que não poderemos , realizar todos eles.
Dito isso, com o Rogério Pereira, estamos enviando hoje, o Anderson, com seu consentimento, para uma clínica especializada em dependência química, onde ele ficará no mínimo três meses. A família do Anderson só falou coisas boas dele. E sabe que ele precisa de ajuda.
Não adianta darmos a ele, as doações que muitos de nós, queríamos fazer, pois claro, ele não suportaria a tentação do uso. Se ele precisar ficar 1 ano, ficará, mas queremos ele recuperado e de volta a sociedade como exemplo pra outros. Depois da cura, caso seja alcançada, o Anderson precisará antes de tudo(enchem a boca pra falar, tem que dar educação, não dê nada de dinheiro, ele só vai pedir depois etc..)isso é discurso elitista e egoista, algo que vem antes da educação. Que é DIGNIDADE HUMANA. Ninguém será educado sem um mínimo de dignidade.
Assim, o ajudaremos a trabalhar, se alimentar e seguir seu caminho. Vai dar certo ? Não sabemos. Mas é o único provável caminho que poderá recupera-lo e reintegra-lo a sociedade. Quanto a agressão sofrida, será muito, mas muito mais difícil, esquecê-la, que se liberar do vício, depois da tortura (imensurável, inexplicável) a humilhação, é a pior agressão feita ao ser humano, ela agride muito mais que o tapa em si. Sobre isso, o Rogério Pereira se responsabilizará do processo. Agradecendo a todos a intenção de ajuda, seja ela por sentimento ou doações”, finalizou o atleta.