RIO DE JANEIRO | O plantão era considerado tranquilo até que uma chamada de emergência chegou ao hospital municipal de Godoy Moreira (PR), no fim da noite do último sábado. Os profissionais de saúde se deslocaram rapidamente para socorrer os envolvidos em uma batida entre dois carros, na PR-650, a cerca de 10 km do centro da cidade. Três pessoas morreram no acidente, entre elas, Mateus Silvério de Souza, de 24 anos, filho de uma técnica de enfermagem que estava na equipe médica que atendeu a ocorrência.
Sirlene Silvério de Souza, de 45 anos, chegou ao local da colisão sem saber quem encontraria. Mas começou a ficar apreensiva quando estava prestes a chegar ao acidente e recebeu um telefonema de um amigo. Seu interlocutor “mudou o tom de voz” quando soube que ela atenderia às vítimas do acidente.
“Eu desliguei o celular já rezando. E quando a ambulância estacionou eu percebi que não era uma batida simples, mas de grandes proporções. Eu vi pessoas caídas no chão, machucadas, e reconheci o carro. As pessoas tentaram me acalmar, mas eu quis ir em direção ao veículo, e me deparei com meu filho morto e preso nas ferragens”, disse ela.
A técnica de enfermagem ainda checou o pulso do filho, mas não havia batimentos cardíacos. Mateus estava “abraçado” ao volante, sangrando pelo ouvido direito. A reação de Sirlene foi se ajoelhar ao lado do jovem e, novamente, fazer uma oração.
A profissional de saúde chorou com seu filho nos braços. Mateus tinha completado 24 anos na véspera e ganhou uma festa surpresa, organizada pela mãe. Para Sirlene, foi uma espécie de despedida, uma última oportunidade de mostrar o quanto amava o filho.