São Paulo – O homem que confessou ter matado a jovem Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, que desapareceu após dar carona combinada pelo WhatsApp, estava foragido desde março deste ano do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de São José do Rio Preto (SP), quando foi solto em uma saidinha temporária, segundo informações da Polícia Civil de Rio Preto.
Jonathan Pereira do Prado já responde por oito crimes: furto, roubo, estelionato, extorsão, ameaça, lesão corporal, apropriação e uso de moeda falsa. Ele admitiu ter entrado em um grupo de WhatsApp com a intenção de roubar e matar a jovem.
Em entrevista à TV TEM nesta sexta-feira (3), o delegado Fernando Vetorazo, responsável pela investigação, acredita que o crime foi premeditado, e agora vai apurar a participação de mais pessoas.
“O Jonathan entrou no WhatsApp e chamou a menina para a carona, disse que ia com a esposa. Mas ele premeditou o crime porque levou uma corda. Chegando perto de Itapagipe, ele cometeu o crime. Disse que foi aleatória a escolha da vítima, mas não acreditamos, porque ele entrou no grupo, esperou ela oferecer a carona, se fosse apenas para roubar o carro teria feito com outro”, afirma.
Além de Jonathan, outros dois homens foram presos em três bairros da zona norte de Rio Preto na madrugada desta sexta-feira (3).
O corpo foi velado durante a manhã desta sexta-feira em Guapiaçu, onde Kelly morava com a família, e o enterro foi realizado no cemitério da cidade por volta das 13h.
Namorado alertou
O namorado da radiologista, o engenheiro civil Marcos Antônio da Silva, chegou a demonstrar preocupação com a viagem, mandando mensagens no celular. Em uma delas, pediu para ela ter cuidado.
De acordo com o namorado, Kelly saiu de São José de Rio Preto (SP) com destino a Itapagipe na quarta-feira (1º) para passar o feriado prolongado com a família de Marcos.
O engenheiro relatou que, durante as últimas mensagens trocadas com Kelly, na noite de quarta, a jovem escreveu, por volta de 18h35, que estava iniciando a viagem e que uma menina havia desistido da carona.
Já às 19h23, ela voltou a enviar notícias, comunicando que estava abastecendo o veículo. A última vez que Kelly acessou o aplicativo foi às 19h24.
“Ela era acostumada a viajar e compartilhar carona e, geralmente, me mandava foto de quem era a pessoa que iria acompanhá-la. Dessa vez, como foi uma moça que ligou para ela combinando por telefone, não tinha imagens. Na ligação, ela me contou que iria esta moça e o namorado dela, mas, na hora de embarcar, só o rapaz apareceu. Eu sempre ficava preocupado com ela e mandei mensagem pedindo para ela tomar cuidado. Às 20h23, voltei a procurá-la e ela não apareceu mais”, contou o engenheiro civil.
Desaparecimento
Parentes contaram à polícia que Kelly participava de um grupo de carona e tinha combinado de levar um casal para a cidade mineira. Na hora da viagem, a mulher desistiu e foi apenas o homem.
O último contato que a moça fez com a família, ainda de acordo com a polícia, foi quando parou para abastecer o veículo em um posto de combustíveis na BR-153. Depois disso, a família diz que perdeu o contato com ela.
Câmeras do circuito de segurança de um pedágio em Minas Gerais mostram a moça passando pela praça de pedágio dirigindo. Logo depois, o carro volta, mas aí é um homem que está ao volante.
A polícia encontrou o carro da jovem abandonado e sem as quatro rodas, o rádio e o estepe em uma estrada rural entre São José do Rio Preto e Mirassol (SP). A moça ainda continua desaparecida e a polícia faz buscas pela região. O corpo da Kelly foi encontrado na tarde desta quinta-feira (1º).